O Bolsa Família, um dos maiores programas de assistência financeira do mundo, desempenha um papel crucial na redução da desigualdade social e na promoção da inclusão no Brasil. Com mais de 21 milhões de beneficiários registrados, o programa tem passado por aprimoramentos para enfrentar desafios crescentes relacionados às tentativas de fraude. Este contexto levou o governo a fortalecer os sistemas de monitoramento, resultando em atualizações nas diretrizes de fiscalização do Cadastro Único (CadÚnico), a plataforma de acesso aos benefícios sociais, incluindo o Bolsa Família e durante o pente-fino, 3,7 milhões de beneficiários foram cortados do programa.
Em 2023, uma revisão minuciosa dos cadastros dos beneficiários foi conduzida, bloqueando 8,4 milhões de famílias para verificação. Desse total, aproximadamente 3,7 milhões de benefícios foram efetivamente cancelados devido a inconsistências nos cadastros, seja em relação à renda ou à composição familiar. Essa medida visa corrigir distorções no Cadastro Único, que serve como a porta de entrada para os programas sociais do governo federal.
Os dados revelam que a fiscalização mais intensa resultou na exclusão de mais de 8 milhões de beneficiários do Bolsa Família. As regiões Nordeste e Sudeste foram as mais afetadas, destacando a necessidade de uma abordagem regionalizada para enfrentar desafios específicos. São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro foram os únicos estados a registrar a suspensão de mais de um milhão de benefícios.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome esclarece que essas medidas fazem parte de uma série de ações para a "retomada" do Bolsa Família, que, segundo a pasta, foi "alterado e debilitado" nos últimos anos. A revisão dos cadastros, embora rigorosa, visa garantir que o programa atenda verdadeiramente às famílias em situação de vulnerabilidade, sem duplicidades ou irregularidades.
Um relatório da Controladoria-Geral da União destacou problemas no programa, incluindo irregularidades na administração do Auxílio Brasil e uma defasagem na atualização do Cadastro Único. Uma das principais inconsistências identificadas foi o aumento significativo de famílias unipessoais beneficiárias do programa. O governo esclarece que essas mudanças não implicam necessariamente em exclusão indevida, mas sim na correção de duplicidades e informações desatualizadas.
A diretora do Departamento de Benefícios do MDS, Caroline Paranayba, ressalta que não se trata de uma ação deliberada das famílias para fraudar, mas muitas vezes é resultado de falta de entendimento. A retificação dos cadastros busca assegurar que as famílias em situação de pobreza recebam o valor correto por família, promovendo transparência e eficiência no programa.
Em conclusão, a fiscalização rigorosa no Bolsa Família é fundamental para garantir a integridade do programa, corrigir distorções nos cadastros e promover uma distribuição justa dos recursos. É uma abordagem necessária para manter a eficácia do programa e assegurar que ele cumpra seu propósito de combater a pobreza e promover a inclusão social.
Com informações TV Jornal
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