A recente enquete promovida pelo Portal Agora Noticias sobre o Consórcio Intermunicipal da Fronteira (CIF) trouxe à tona uma série de reflexões importantes sobre a percepção e as demandas da população em relação a essa entidade que integra Barracão, Bom Jesus do Sul/PR, Dionísio Cerqueira/SC e Bernardo de Irigoyen, Misiones, Argentina. Os resultados, marcados pela baixa adesão de apenas 21 participantes, revelam uma desconexão entre a instituição e os cidadãos, bem como uma lacuna de compreensão sobre seu papel e potencial.
Dos participantes, 47,62% expressaram a opinião de que o consórcio deveria buscar uma integração maior para promover o desenvolvimento econômico, fomentando o empreendedorismo e a geração de empregos. Esta visão reflete a aspiração por uma atuação mais incisiva do CIF na melhoria das condições socioeconômicas da região, reconhecendo a importância de políticas públicas voltadas para o estímulo à atividade empreendedora e a criação de novas oportunidades de trabalho.
Por outro lado, 19,05% dos participantes destacaram a necessidade de uma atenção mais próxima do setor de saúde às demandas dos cidadãos. Essa perspectiva ressalta a importância dos serviços de saúde como pilar fundamental do bem-estar da população, indicando uma possível lacuna na prestação desses serviços por parte do consórcio.
Surpreendentemente, 14,29% dos participantes manifestaram a crença de que o CIF nem deveria existir. Esta visão crítica evidencia uma significativa parcela da população descrente ou insatisfeita com a atuação do consórcio, sugerindo uma necessidade urgente de avaliação e reformulação de suas estratégias e políticas.
Além dos resultados da enquete em si, dois pontos emergem como questões-chave para análise. Primeiramente, a baixa participação no levantamento levanta questionamentos sobre o compromisso dos políticos em promover uma verdadeira participação cidadã. Enquanto enquetes de intenção de votos atraem centenas de participantes, mostrando engajamento de políticos e correligionários, a adesão reduzida a esta, sugere uma possível falta de incentivo em engajar a população em questões de interesse público.
Em segundo lugar, a falta de compreensão generalizada sobre as atribuições e capacidades do CIF indica a necessidade de uma maior transparência, comunicação e aproximação cidadã por parte do consórcio. Ainda que tenha seus erros e acertos, a instituição parece não ter conseguido comunicar de forma eficaz seu propósito e impacto na vida dos cidadãos, o que contribui para a desconfiança e o desinteresse por parte da população.
Diante desse panorama, torna-se evidente a urgência de uma abordagem mais inclusiva e transparente por parte do CIF, que envolva ativamente os cidadãos na definição de suas políticas e ações. Somente através do engajamento e da colaboração mútua entre instituição e sociedade será possível superar os desafios e construir um futuro mais próspero e sustentável para a região da fronteira.
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