A recente pesquisa nacional Quaest trouxe à tona uma série de preocupações no Palácio do Planalto, principalmente relacionadas às avaliações do Governo Lula da Silva e do próprio presidente da República. Enquanto os governistas e petistas tendem a minimizar os resultados, atribuindo-os a eventos como as manifestações pró-Jair Bolsonaro, a oposição e até mesmo alguns aliados destacam uma questão crucial: a falta de entregas por parte do governo.
Após 14 meses no poder, apesar dos ajustes necessários na "Casa", o governo parece incapaz de concretizar projetos importantes, os quais carregam a marca do partido e do próprio presidente. Este cenário tem impactado negativamente na imagem tanto do presidente quanto da gestão, apesar do crescimento tímido do PIB em 2023.
Congressistas entrevistados pela Coluna, de Leandro Mazzini, da Istoé, apontam diversas barreiras em projetos-chave como o Minha Casa, Minha Vida, o Bolsa Família - que não avançou conforme esperado - e o PAC 3, cuja implementação é fortemente dependente da retomada de projetos, alguns dos quais estão bloqueados pelo TCU há anos. Além disso, as frequentes viagens internacionais do presidente para tentar reverter a imagem após os desdobramentos da Operação Lava Jato, juntamente com as aparições da primeira-dama Janja em assuntos governamentais, têm causado desconforto em diversos setores, incluindo os eleitores.
Dois dos pontos de destaque na pesquisa foi a queda na aprovação entre o eleitorado feminino, que pela primeira vez desde o início da gestão Lula III, caiu de 55% para 51%. É importante ressaltar que três mulheres foram demitidas do governo para abrir espaço ao Centrão: Rita Serrano (Caixa), Daniela Carneiro (Turismo) e Ana Moser (Esportes). Outra queda é entre os evangélicos, que estão manifestando descontentamento com as falas do presidente, sobre a postura de Israel diante do grupo terrorista Hamas.
Diante desse cenário, é fundamental que o governo reavalie suas estratégias e prioridades. A falta de entregas tangíveis, somada às questões de representatividade e transparência, tem impactado negativamente na confiança e na aprovação popular. É crucial que o governo direcione seus esforços para superar as barreiras burocráticas, implementar políticas eficazes e garantir a participação e o respaldo de diversos segmentos da sociedade, especialmente das mulheres, que representam uma parcela significativa do eleitorado brasileiro. Somente assim será possível construir uma gestão verdadeiramente sólida e comprometida com o bem-estar e o progresso do país.
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