O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu revogar a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A prisão de Vasques, ocorrida em agosto de 2023, estava relacionada a suspeitas de uso indevido da máquina pública para interferir no processo eleitoral de 2022. De acordo com as investigações, membros da PRF, sob a direção de Vasques, teriam alocado recursos humanos e materiais de maneira estratégica para dificultar o trânsito de eleitores durante o segundo turno das eleições, especialmente no Nordeste, onde se concentram redutos eleitorais adversos ao governo da época.
Apesar da decisão de soltura, Moraes impôs medidas restritivas ao ex-diretor-geral. Vasques deverá utilizar tornozeleira eletrônica e se apresentar periodicamente à Justiça. Além disso, o ministro determinou a suspensão de seu passaporte, a revogação de seu porte de armas e a proibição do uso de redes sociais, indicando que, embora a prisão não fosse mais necessária, ainda existem preocupações sobre os riscos que sua liberdade poderia representar para as investigações.
As acusações contra Silvinei Vasques incluem possíveis crimes de prevaricação e violência política, conforme descrito no Código Penal Brasileiro, bem como delitos previstos no Código Eleitoral, como impedir ou dificultar o exercício do direito ao voto e a concessão de privilégios a determinados partidos ou candidatos no dia da eleição.
Em junho, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que investiga os vandalismos ocorridos em Brasília, Vasques negou que tenha direcionado operações da PRF para a região Nordeste com o objetivo de influenciar o resultado das eleições. Entretanto, em julho, a mesma CPMI apresentou ao STF indícios da participação de Vasques nas ações preparatórias para os protestos. A defesa de Silvinei tentou anular um pedido da CPMI que resultou na quebra de seus sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, argumentando que a decisão violava direitos fundamentais, como imagem e privacidade.
O caso de Silvinei Vasques continua a ser um dos capítulos mais polêmicos e delicados do cenário político e judiciário brasileiro, envolvendo questões cruciais sobre o uso de instituições públicas e a integridade do processo democrático no Brasil.
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