A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, trouxe à tona uma denúncia grave contra o ex-presidente Alberto Fernández, alegando ter sido vítima de violência física e assédio durante o tempo em que viveram juntos. As revelações foram divulgadas pelo site argentino Infobae, que expôs trocas de mensagens entre Yañez e Fernández, juntamente com fotos enviadas pela ex-primeira-dama mostrando hematomas no braço e no rosto.
Em uma das mensagens enviadas por WhatsApp, Yañez acusou Fernández de agredi-la fisicamente por três dias consecutivos. Ela expressou seu desespero e frustração ao afirmar: "Você tem me agredido há três dias seguidos... Isso não funciona assim, você me agride o tempo todo. É insólito. Não pode me fazer isso quando eu não te fiz nada." As mensagens demonstram um padrão de comportamento abusivo, com Yañez relatando que tentava manter a calma e defendê-lo, mesmo diante das agressões físicas.
A denúncia formal foi feita por Yañez em uma videoconferência com o juiz federal Julián Ercolini, que prontamente ordenou medidas de proteção para a ex-primeira-dama, incluindo restrições para que Fernández não se aproxime dela e não saia do país. Yañez revelou que as agressões ocorriam quando vivia na Quinta de Olivos, a residência oficial da presidência argentina, durante o mandato de Fernández, que governou o país entre 2019 e 2023.
Fernández, por sua vez, negou as acusações em uma nota publicada nas redes sociais, prometendo apresentar à Justiça as provas e testemunhos que, segundo ele, comprovarão o que realmente aconteceu. No entanto, as mensagens divulgadas pelo Infobae pintam um quadro preocupante. Em uma das conversas, o ex-presidente tenta minimizar a situação, alegando que as brigas eram causadas por "outros" e pedindo que Yañez parasse de discutir. Em resposta, a ex-primeira-dama reafirmou que estava sendo agredida e enviou fotos dos hematomas, incluindo uma imagem de seu olho roxo, ironizando a agressão ao dizer: "Isso foi quando você me bateu sem querer."
As mensagens foram descobertas durante a investigação de outro caso conduzido por Ercolini, que envolve supostos atos de corrupção durante a gestão de Fernández. O celular de María Cantero, então secretária particular do ex-presidente, foi periciado como parte dessa investigação, revelando conversas sobre as agressões entre Cantero e Yañez. A ex-primeira-dama ainda deve prestar depoimento no processo, que até a última atualização desta reportagem, não tinha data marcada, mas a expectativa é de que aconteça em breve.
Fabiola Yañez, de 43 anos, é atriz e jornalista, tendo vivido com Fernández durante todo o mandato presidencial dele. O casal teve um filho em 2022, chamado Francisco. Atualmente, Yañez reside em Madri com o filho, enquanto Fernández permanece em Buenos Aires. A denúncia trouxe à tona uma nova dimensão da relação entre os dois, adicionando uma carga dramática e de seriedade ao contexto político e pessoal do ex-presidente.