A decisão do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de suspender as negociações com seus homólogos do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, sobre o processo eleitoral na Venezuela, revela uma mudança significativa na dinâmica diplomática da região. Durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (13), López Obrador deixou claro que não pretende discutir a situação venezuelana neste momento, optando por aguardar a decisão do Tribunal da Venezuela sobre o resultado das eleições.
A suspensão das conversas por parte do México não foi recebida com surpresa pelo governo brasileiro, que já havia notado sinais de hesitação por parte das autoridades mexicanas nos últimos dias. Segundo fontes do Itamaraty, o processo de negociação sobre a crise na Venezuela estava emperrado, e a contribuição do México para o diálogo já era limitada.
A nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, que assume o cargo em 1º de outubro, também expressou sua falta de compromisso em continuar as discussões sobre o processo eleitoral venezuelano, atribuindo essa responsabilidade a organizações internacionais.
Apesar da saída do México das negociações, Brasil e Colômbia pretendem seguir adiante. O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, viaja para Bogotá para se encontrar com o chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, com o objetivo de discutir o futuro das negociações.
O processo eleitoral na Venezuela continua sendo uma fonte de controvérsia. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) indicou a reeleição de Nicolás Maduro, mas o resultado é contestado pela oposição, liderada por Edmundo González, e por organizações internacionais. O Brasil, desde o início, tem adotado uma postura de exigência pela transparência, pedindo a divulgação das atas eleitorais como forma de validar o resultado.
A suspensão das negociações pelo México marca um momento delicado nas relações diplomáticas da América Latina, ao mesmo tempo em que o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, liderado por Caryslia Rodríguez, promete uma decisão definitiva sobre o resultado das eleições. Com o futuro das relações internacionais na região ainda incerto, o desfecho dessa crise política permanece em aberto, com implicações que podem afetar a estabilidade e a cooperação entre os países envolvidos.
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