A recente canetada de Flávio Dino colocou o STF em rota de colisão com o Congresso. Segundo Claudio Dantas, há uma lei que, teoricamente, impede um governo de "meter a mão" no bolso de outro. O problema é que a ação de Dino, vetando as emendas PIX, foi vista como uma afronta a essa regra. Para muitos, ele dobrou a aposta ao vetar também as emendas por imposição, e isso não caiu bem no Congresso, que agora está afiando as armas para um contra-ataque político.
No centro dessa turbulência está Alexandre de Moraes, um dos ministros mais visados da Suprema Corte, cuja imagem anda desgastada. As decisões de Moraes, que antes eram vistas como firmes, agora têm causado divisão de opiniões. O vazamento de informações sobre suas ações só piorou a situação, colocando o STF em uma posição vulnerável – não juridicamente, mas politicamente. Essa tensão toda está empurrando a corte para um canto, diminuindo seu poder e deixando-a mais exposta a retaliações políticas.
Com o Congresso incomodado, a resposta não demorou a aparecer. A possibilidade de revisar o aumento dos salários do Judiciário, que atinge diretamente o STF, virou carta na manga dos parlamentares. Se o Judiciário tem o poder de prender, a política tem o poder de boicotar. E boicotar pode ser ainda mais destrutivo. Existem figuras influentes tanto política quanto socialmente, que sabem muito bem como mexer nas engrenagens do sistema para enfraquecer o Judiciário. Se o negócio apertar, o STF pode acabar numa sinuca de bico, sem verbas para manter suas operações. Afinal, mesmo a Justiça, que deveria ser intocável, depende de uma boa economia para se sustentar.
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