Na tarde de ontem (18) o Antônio Accioly estava carregado de tensão. O Atlético-GO, combalido por uma sequência amarga de 15 partidas sem saber o que era vencer, entrou em campo com a alma pesada. Três derrotas seguidas haviam minado a confiança de um time que parecia desmoronar rodada após rodada no Brasileirão. Mas seria o dia, o Dragão resolveu cuspir fogo novamente e vencer o Inter por 1 a 0.
O Internacional, por outro lado, tentava se manter de pé na competição, ainda que de maneira cambaleante. Os colorados, mesmo sem grande brilho, sabiam que qualquer ponto era vital para escapar das proximidades da zona de rebaixamento. No entanto, a tarde que prometia um confronto de luta pela sobrevivência foi definida em um único momento, uma jogada que parecia inofensiva, mas que se transformou no grito de redenção do Atlético-GO.
Aos 22 minutos do segundo tempo, o estádio ficou mudo por um segundo que durou uma eternidade. Thiago Maia, pressionado, tentou um passe maroto de três dedos dentro da área, mas o destino decidiu brincar com ele. A bola acabou nos pés de Jorginho, que parecia ter o controle do tempo nas mãos. Com calma, o camisa 18 viu Hurtado em posição perfeita e não hesitou. O passe veio limpo, na medida. Hurtado recebeu e, num toque frio, superou Rochet. Gol! O Dragão, que vinha apagado por tanto tempo, finalmente incendiou a torcida.
O Inter, atordoado, ainda tentou reagir. Alario, no entanto, falhou nas duas chances que teve de ouro. O gol parecia amaldiçoado para o lado vermelho. Enquanto isso, o Atlético-GO se fechava como um muro de pedra, determinado a segurar a vitória que há tanto tempo fugia.
O apito final soou e, apesar da vitória, o Dragão ainda amarga a lanterna, com apenas 15 pontos. Mas para o torcedor que esteve no estádio, aquele momento era muito mais do que apenas três pontos. Era a prova de que o time ainda respirava, ainda lutava, mesmo no fundo do poço.
Para o Inter, a história era diferente. A derrota os empurrou uma posição para baixo, deixando o colorado na 13ª colocação, com apenas 25 pontos. O fantasma da degola rondava mais perto, com o Vitória, o primeiro dentro do Z-4, apenas quatro pontos atrás.
O Campeonato Brasileiro continuava a castigar os dois times, mas no domingo, sob o sol forte de Goiânia, o Dragão mostrou que, apesar de todos os pesares, ainda tinha força para rugir, mesmo que fosse apenas um suspiro antes da próxima batalha.
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