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Romantização do Crime: O Erro do Filme 'Maníaco do Parque

Histórias reais de mulheres ignoradas em nome do protagonismo do assassino

21/10/2024 às 18h40 Atualizada em 21/10/2024 às 18h45
Por: Redação Fonte: PANTV/Marcos Prudente
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Romantização do Crime: O Erro do Filme 'Maníaco do Parque/Foto: Reprodução Metrópolis
Romantização do Crime: O Erro do Filme 'Maníaco do Parque/Foto: Reprodução Metrópolis

O filme "Maníaco do Parque" já chega com aquela sensação amarga de "já vi isso antes". É mais uma produção que, apesar de prometer algo inovador, acaba sendo uma repetição de velhas fórmulas desgastadas, onde o foco está, mais uma vez, no assassino. A propaganda do longa tentava vender a ideia de que, pela primeira vez, as vítimas teriam voz, mas a verdade é outra. As histórias dessas mulheres são tratadas de forma rasa, reduzidas a meros corpos sem história. Nada sobre elas é realmente contado.

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O filme tenta criar uma contranarrativa com a introdução de uma repórter fictícia, que deveria representar a visão feminina. Só que, ao invés de realmente trazer luz às histórias das mulheres reais que perderam suas vidas nas mãos do assassino, essa personagem acaba servindo mais como um artifício para continuar focando no criminoso. É como se as vozes de Patrícia, Selma, Raquel, Isadora, Rosa e Elizângela não fossem dignas de serem ouvidas. Elas existiram, mas no filme são tratadas apenas como peças que completam a história de alguém que nunca deveria ter tido destaque.

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A abordagem do longa revela um problema maior, que vai além do filme em si: a romantização da figura do serial killer. O tal "maníaco" é pintado como um personagem complexo, intrigante, e quase que carismático, enquanto suas vítimas são sombras, sem profundidade, sem passado, sem futuro. Mais uma vez, a narrativa coloca o vilão no centro e apaga completamente as vidas das vítimas.

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Fica claro que, embora o filme tente se passar por inovador, é só mais uma peça publicitária em torno da figura de um assassino, alimentando o ciclo de violência e apagamento das vítimas. A escolha de colocar uma personagem fictícia para falar pelas mulheres é, no mínimo, questionável. Afinal, quem melhor para contar a história de Patrícia, Selma, Raquel, Isadora, Rosa e Elizângela do que elas mesmas? O que vemos é uma repetição do que já foi feito inúmeras vezes: o foco no "vilão" e a marginalização das vítimas, que se tornam apenas um detalhe na história do monstro que tirou suas vidas.

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