A Controladoria-Geral da União (CGU) solicitou formalmente ao Ministério das Mulheres explicações sobre as denúncias de assédio moral e racismo, reveladas pelo portal Alma Preta, envolvendo membros do alto escalão da pasta. As acusações apontam que a ex-secretária Carmen Foro, da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, teria sido alvo de comentários racistas e pressão dentro do ministério.
Segundo a CBN, o episódio veio à tona nesta segunda-feira, quando o portal divulgou áudios atribuídos à ministra Cida Gonçalves, em que ela mencionava a exoneração de Carmen Foro em agosto deste ano. Durante uma reunião com servidores comissionados, a ministra teria dito que, assim como Carmen, outros servidores associados à ex-secretária poderiam perder suas posições. Além disso, ela afirmou que estava ciente de tudo que se passava nos corredores do ministério.
Outro ponto grave da denúncia envolve a secretária executiva, Maria Helena Guarezi, que foi acusada de racismo ao fazer comentários sobre o cabelo crespo de Carmen Foro. Segundo o Alma Preta, durante uma reunião em abril, Guarezi teria pedido que Carmen se sentasse, pois o cabelo dela estaria "atrapalhando a visão" da secretária. Embora Cida Gonçalves não estivesse presente nesse encontro, a ministra teria sido informada sobre o caso, mas não tomou nenhuma providência.
A CGU, em nota, informou que tomou ciência das denúncias por meio da imprensa e que acionou o Ministério das Mulheres para obter mais detalhes, a fim de acompanhar a situação e adotar as medidas necessárias.
Esse caso trouxe à tona discussões sobre assédio moral e racismo dentro de órgãos governamentais, gerando uma onda de indignação nas redes sociais. Afinal, as denúncias não envolvem apenas comentários racistas, mas também uma possível omissão da alta cúpula do ministério, algo que pode enfraquecer a confiança nas lideranças que deveriam zelar pelo combate a esse tipo de comportamento.
Essas situações expõem a necessidade de uma postura firme e de respostas rápidas das instituições, principalmente quando estão em jogo valores como o respeito e a igualdade dentro da administração pública.
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