A Polícia Civil, através da 5ª Subdivisão Policial (SDP) de Pato Branco, finalizou um caso alarmante envolvendo uma médica dermatologista da cidade, suspeita de cometer uma série de crimes graves contra os próprios pacientes. Durante meses, a equipe de investigação se debruçou sobre as denúncias e desvendou um esquema perverso, onde a médica, em quem tantos confiavam, usava a insegurança e a saúde dos pacientes para obter lucros.
Conforme apurado, a dermatologista recebia pacientes que buscavam ajuda para problemas de pele. Ao examinar pintas e manchas, ela manipulava as consultas, dizendo que encontrava "células cancerígenas" no corpo dos pacientes. Esse diagnóstico alarmante era o ponto inicial para convencê-los de que precisavam de procedimentos urgentes, colocando um peso psicológico imenso sobre pessoas que muitas vezes estavam fragilizadas e confiavam cegamente no seu diagnóstico. Era um golpe de mestre, mas também uma prática abusiva e ilegal.
Após coletar amostras para supostas biópsias, a médica falsificava os laudos, alterando os resultados para mostrar um falso diagnóstico positivo para câncer. Os laudos eram manipulados de forma amadora, mas eficaz: pedaços de papel eram colados sobre o diagnóstico real, substituídos por um diagnóstico falso, e depois fotocopiados para disfarçar as alterações. Assim, os pacientes, ao verem o laudo fraudado, sentiam-se pressionados a seguir com os procedimentos de “ampliação de margens” para retirada das células que, na verdade, nem existiam.
Os pacientes ainda relataram que a pressão psicológica ia além. Além de convencê-los da gravidade do falso câncer, a médica exigia que os pagamentos pelos procedimentos fossem feitos no mesmo dia, e em dinheiro, sem chance de usar o plano de saúde. Para as vítimas, isso era um sinal de urgência médica, mas, na realidade, revelava a má-fé e ganância da investigada.
Ao longo da investigação, 31 vítimas foram identificadas, e o Instituto de Criminalística de Pato Branco comprovou a falsificação nos laudos. Assim, a médica foi indiciada pelos crimes de lesões corporais, estelionato e falsificação de documentos. Este caso chocante levanta questionamentos sobre a confiança no profissionalismo médico e serve como um alerta: mesmo em momentos de vulnerabilidade, é preciso estar atento a práticas duvidosas e, se necessário, buscar uma segunda opinião. A investigação segue para a justiça, e os pacientes aguardam por uma resposta firme para que essa médica, que traiu a ética e a confiança dos pacientes, responda pelos atos.
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