No último dia 30, a Comarca de Dionísio Cerqueira/SC foi palco de um julgamento marcante que movimentou o Tribunal do Júri desde as primeiras horas da manhã, quando, às 9h, as portas se abriram para um processo que remontava a uma tentativa de homicídio de 2013. O Ministério Público, representado pelo promotor Dr. Lucas Broering Corrêa, trouxe à tona a acusação de que o réu teria agido com motivo fútil ao tentar contra a vida da vítima.
Do outro lado, os advogados de defesa, Marcos Daniel Haeflieger e Silvan Zimermann, seguraram as rédeas da tese de legítima defesa putativa. Nessa linha, argumentaram que o réu acreditou estar em uma situação de perigo iminente e que sua intenção era apenas se defender.
A sessão, que se estendeu até as 15h40, foi repleta de discussões acaloradas. A defesa argumentou com vigor e precisão, destacando a intenção defensiva do réu como um ponto central. O corpo de jurados, composto por quatro homens e três mulheres, acolheu a versão da legítima defesa e, assim, resultou na absolvição do réu.
Em entrevista ao final, o promotor Dr. Lucas Broering Corrêa mostrou-se insatisfeito com a decisão, mencionando que a tese da legítima defesa havia se apoiado unicamente no depoimento do próprio réu e que as provas apresentadas pela acusação poderiam ter fundamentado uma decisão diferente. Ele afirmou ainda que pretende recorrer da sentença.
A defesa, por outro lado, celebrou o resultado. O advogado Marcos Haeflieger ressaltou que a condução do julgamento deixou clara a legitimidade da intenção defensiva do acusado, reafirmando a versão sustentada pela defesa.
A juíza responsável, Dra. Andréia Cortez Guimarães Parreira, fez questão de destacar a complexidade que o caso apresentou ao longo dos anos. Ela mencionou que o processo se arrastou por questões logísticas, como a necessidade de depoimentos via carta precatória para testemunhas em outras comarcas e os obstáculos que a pandemia impôs à realização de audiências presenciais. Além disso, a magistrada celebrou que este julgamento encerra a lista de processos antigos na Comarca de Dionísio Cerqueira, não havendo mais pendências para sessões de júri.
O caso, sem dúvida, marcou o encerramento de uma fase para o tribunal local, deixando a comunidade de olhos atentos aos próximos passos do recurso anunciado pelo Ministério Público.
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