A execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, no aeroporto internacional de Guarulhos, caiu como uma bomba nas mãos da polícia paulista e está cercada de mistérios e desconfianças. As circunstâncias que envolvem o caso levantaram suspeitas principalmente sobre a própria equipe de segurança que estava responsável pela escolta do empresário. É o típico caso em que, quanto mais os investigadores olham, mais dúvidas surgem, e a hipótese de traição no meio da escolta não está descartada.
De acordo com as informações iniciais, a escolta era composta por quatro seguranças, mas um imprevisto inusitado mudou o plano: o carro que faria a retirada de Gritzbach no aeroporto teria quebrado a caminho. Por isso, apenas um dos seguranças foi buscar o delator em outro veículo, enquanto os outros três ficaram para trás cuidando do carro supostamente avariado. Aí que começa o problema — essa conduta foi considerada extremamente suspeita pela equipe de investigação. Para um policial experiente que comentou o caso com a imprensa, o procedimento padrão em uma situação dessas seria abandonar o carro quebrado e garantir a segurança do escoltado com a presença de todos os seguranças, ainda mais considerando que se tratava de um alvo extremamente visado por ter colaborado com a polícia contra o PCC.
No local do crime, na área de desembarque do Terminal 2, os policiais apreenderam o celular de Gritzbach, um elemento que pode ser chave para desvendar a trama. O aparelho será submetido à perícia e, com a extração das mensagens, a polícia espera conseguir traçar um panorama mais claro das últimas conversas e contatos do empresário. Existe a possibilidade de o próprio delator ter sido enganado ou traído, já que os criminosos pareciam saber exatamente o horário e local em que ele desembarcaria, o que sugere que ele estava sendo monitorado desde a saída de Goiás.
Uma linha de investigação forte aponta que os assassinos foram avisados do momento exato do desembarque, planejando o ataque para quando ele pisasse para fora do saguão do aeroporto. Isso tudo está levando a polícia a desconfiar de que o assassinato foi facilitado por informações internas, talvez até mesmo por um ou mais membros da equipe de segurança, o que seria um golpe baixo para quem já vivia na mira da organização criminosa. Agora, cabe aos investigadores ligar os pontos e entender quem realmente facilitou a emboscada e por quê.
No interior do Paraná, onde a notícia se espalhou rápido, o caso tem sido motivo de conversa e especulação. A morte de Gritzbach, que já havia escapado de outras ameaças, reforça a sensação de que o poder do PCC não se limita apenas às periferias ou aos presídios, mas pode estender seus tentáculos até em lugares de alta vigilância, como o aeroporto mais movimentado do Brasil.
Esse lugar acabou!
— Rafael Gloves (@rafaelgloves) November 9, 2024
PCC executando DENTRO DO MAIOR AEROPORTO DO HEMISFÉRIO SUL.
Eles não temem mais ninguém. O narcotráfico se misturou à polícia, política, esporte, TUDO nessa P de país.
BRASIL VIROU UMA GRANDE SINALOA. pic.twitter.com/NOMbAnPNxq