Na noite de terça (19), a seleção brasileira voltou a campo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, mas o futebol apresentado deixou a desejar. Na Fonte Nova, Bahia, o Brasil enfrentou o Uruguai em um duelo que terminou empatado em 1 a 1, mas que poderia muito bem ter tido outro desfecho se o time brasileiro mostrasse mais intensidade e organização.
Apesar de ter dominado a posse de bola, com mais de 60% ao longo da partida, o Brasil não conseguiu traduzir o controle em chances claras de gol. O Uruguai, bem postado defensivamente, apostava em contra-ataques e chutes de média distância, aproveitando os espaços deixados pela defesa brasileira. E foi assim que abriu o placar.
Aos 10 minutos do segundo tempo, Federico Valverde aproveitou uma bola mal afastada pela zaga e soltou uma pancada da entrada da área. O goleiro brasileiro até se esticou, mas não tinha jeito: era um chute indefensável, desses que até o adversário fica com vontade de aplaudir.
O gol acordou o Brasil, mas só por alguns minutos. Sete minutos depois, aos 17, Gerson aproveitou e bateu firme para empatar o jogo. Um lance que trouxe esperança, mas que logo se mostrou insuficiente para mudar o rumo da partida.
Com o empate no placar, o que se viu foi um Brasil cheio de posse, mas travado no meio-campo. A transição era lenta, e as jogadas pareciam previsíveis. Vini Jr., marcado de perto, teve dificuldade de brilhar, enquanto os laterais pouco contribuíram para abrir o jogo. Quando o ataque conseguia se aproximar, a defesa uruguaia limpava o perigo com tranquilidade.
No apito final, o sentimento foi de frustração e a torcida baiana vaiou. A seleção demonstrou que, apesar do talento individual, ainda precisa encontrar um equilíbrio entre controle de bola e efetividade ofensiva. Sem falar nos buracos defensivos, que ficaram expostos mesmo contra um Uruguai longe de ser brilhante.
O empate deixa o Brasil com pontos preciosos perdidos na caminhada rumo à Copa. A torcida, sempre exigente, cobra mais entrega e criatividade de um time que, até agora, não parece ter encontrado o rumo ideal. O próximo jogo será decisivo para medir a capacidade de reação da seleção e, quem sabe, devolver a confiança que anda em falta. Por ora, fica a lição: posse de bola não ganha jogo.