Pensa numa manhã que começou animada para a polícia. Enquanto o sol mal dava as caras, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já estava na ativa, naquelas abordagens matinais que a galera do trecho adora. Por volta das 6h15, no km 290 da BR-163, os agentes deram de cara com uma Scania imponente, ostentando dois semirreboques abarrotados de milho. Era milho pra mais de metro, vindo lá de Mundo Novo (MS), com destino a Videira (SC). Nota fiscal toda bonita e um motorista que só faltava oferecer café pros policiais. Só que, como dizem por aí, "o diabo mora nos detalhes".
A treta começa
Tiraram a lona, e o que apareceu? Um monte de pacotes que não era bem milho, sabe? Eram 5,4 toneladas de maconha, acomodadas ali no maior capricho, como se fossem um temperinho secreto pro milho. O motorista, um senhor de 46 anos, natural de Dionísio Cerqueira (SC), já mandou aquele papo batido: "Acabei de comprar o caminhão, nem sabia que tava carregado". Aham, sei.
Segundo ele, o milho foi carregado em Mundo Novo, mas antes de seguir viagem, o caminhão deu uma esticada misteriosa até Eldorado (MS), onde ele entregou o veículo pra uns "conhecidos desconhecidos". Na madrugada, recebeu o bruto de volta, já com a carga, e, como bom "caminhoneiro inocente", tocou pra frente.
"O caroneiro 171"
A história ficou ainda melhor com o passageiro, um rapaz de 28 anos. Primeiro, ele disse que era cunhado do motorista, tentando dar um ar de "família unida". Depois, apertado nas perguntas, confessou: "Na real, peguei carona". Eita carona azeda!
Agora, imagina o clima na cabine do caminhão. O motorista jurando que só queria entregar milho e o passageiro com cara de quem caiu de paraquedas na operação mais suspeita do ano. Parece cena de filme de comédia pastelão, mas era a vida real.
O desfecho
Os dois acabaram presos em flagrante, e a maconha foi direto pra Polícia Federal de Guaira, onde, com certeza, virou o assunto do dia. O caminhão, a carga e os semirreboques ficaram retidos, e a PRF somou mais uma vitória no combate ao tráfico.