As fortes chuvas que castigam o Sudoeste do Paraná não estão dando folga para os moradores de Barracão. Na Linha Vista Alegre, o rio que corta a localidade transbordou e já passa por cima da ponte principal, deixando a comunidade em alerta. A estrutura, essencial para os produtores rurais da região, resiste bravamente, mas a força da água não inspira confiança. Além da erosão que avança pelas margens, o medo é de que a ponte não aguente o volume da correnteza.
Um produtor rural em vídeo no WhatsApp, resume bem a situação: “A água tá lambendo a terra e comendo os barrancos”. Enquanto isso, vídeos dos moradores mostram a água barrenta e veloz passando por cima da ponte, arrastando galhos e lama. Cada solavanco da estrutura aumenta a preocupação de que um colapso esteja perto.
A situação também se complica na região do Distrito São José, outra localidade rural de Barracão. Por lá, segundo informações de populares, o problema é o alagamento das áreas de plantio. O excesso de água já cobre partes de lavouras, deixando os agricultores de mãos atadas e com o coração na mão. “As plantas não aguentam tanta água assim, vão apodrecer tudo”, lamenta outro agricultor, enquanto observa a lavoura transformada em um imenso charco.
Além dos prejuízos econômicos, os acessos estão ficando cada vez mais difíceis. Com a chuva sem dar trégua, as estradas de terra viraram lamaçais e a travessia de veículos pesados está quase impossível. Caminhões de leite e outros transportes essenciais enfrentam o risco de atolamento e, em alguns pontos, o tráfego já foi interrompido.
A vizinha Bom Jesus do Sul vive um cenário ainda pior, com pontes danificadas e estradas alagadas, dificultando a conexão entre as comunidades. Por isso, os moradores de Barracão seguem atentos e apreensivos, com medo de que a situação local também piore.
Enquanto a chuva persiste, a rotina na zona rural é de espera e preocupação. Por ora, a ponte da Linha Vista Alegre resiste, e os produtores da região do distrito contam com uma melhora no tempo para salvar o que resta das plantações. O céu carregado, porém, faz todos se prepararem para o pior: “Se continuar assim, não vai sobrar muita coisa não”, para os agricultores afetados.
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