Parece cena de filme de conspiração, mas é coisa real. A última bomba veio com a prisão do general Braga Netto, em pleno sábado, dia 14. Quem botou mais lenha nessa fogueira foi o tenente-coronel Mauro Cid, que, em depoimento, teria jogado no ventilador que o dinheiro pro plano de golpe veio do “pessoal do agronegócio”. A grana? Entregue numa sacola de vinho. O destino? Os “kids pretos”, militares das Forças Especiais, que, segundo o script, planejavam assassinar autoridades no fim de 2022.
Cid teria detalhado que esse dinheiro vivo foi repassado pelo major Rafael de Oliveira, um dos tais "kids pretos". Dizem que a entrega rolou ali pelo Palácio do Planalto ou da Alvorada, uma coisa meio cena de bastidor político em tempos sombrios. E aí vem a pergunta: quem no agro estava financiando essa treta toda? A PF, que já tem um relatório cabeludo na mão, não conseguiu (ou não quis) cravar quem são esses doadores. Ficamos no "supostamente".
A grana era pra quê? Segundo o relatório, pra colocar em prática o tal plano “Copa 2022” — aquele que previa matar ou sequestrar Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022. Cid e Oliveira até montaram um orçamento: R$ 100 mil pra cobrir materiais, hospedagem e alimentação dos militares envolvidos nessa operação esquisita. O negócio é que, mesmo com todo esse circo armado, ainda ninguém sabe se essa quantia chegou a ser levantada. Tá tudo meio truncado.
Obstrução ou teoria da conspiração?
Pra complicar mais o enredo, Braga Netto teria tentado dar uma sondada na delação premiada de Mauro Cid. Pra PF, isso soa como obstrução de Justiça. Resultado: Braga Netto foi preso em Copacabana e levado pro quartel em Deodoro, na zona oeste do Rio. A defesa do general bate o pé e diz que ele não tentou obstruir nada. Aliás, a prisão aconteceu no sábado porque Braga Netto tinha acabado de chegar de viagem. Péssimo timing pra ele.
Mas enquanto isso, muita coisa ainda está no ar. A PGR recebeu o inquérito, mas ninguém botou o martelo em nada. O que tem são acusações, indícios e um “supostamente” que não acaba mais. A defesa grita por justiça, os depoimentos batem de frente, e o agro — sempre discreto — assiste calado. Vai saber onde essa história termina? Só uma coisa é certa: ainda vamos ouvir muito dessa novela com cara de golpe frustrado.
No final, entre sacolas de vinho, orçamentos de 100 mil reais e prisões de generais, o Brasil assiste a mais um episódio do seu emaranhado político, onde tudo é suspeita, e a verdade se esconde embaixo de uma pilha de "supostamente".
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