Após seis dias internado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo neste domingo (15). A equipe médica, que acompanhou a recuperação do presidente, comemorou o avanço rápido e surpreendente na recuperação.
Em coletiva de imprensa, a médica Ana Helena Germoglio não escondeu a satisfação: “Devido à recuperação do nosso paciente, que foi extremamente acima do esperado, para a felicidade minha, felicidade de toda a nossa equipe, o presidente está de alta hospitalar e deve voltar para casa já já”.
Já o doutor Roberto Kalil Filho, também parte da equipe que cuidou do petista, deixou claro que a alta é apenas hospitalar e não médica. “O presidente ainda precisa de cuidados, mas já pode voltar às atividades normais, como participar de reuniões”, explicou Kalil. Lula permanecerá em São Paulo para monitoramento da cicatrização e novos exames, incluindo uma tomografia agendada para quinta-feira (19/12).
Cirurgia de emergência e susto nacional
O susto começou na terça-feira (10/12), quando Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência para drenar um hematoma na cabeça. Esse problema foi causado por uma hemorragia intracraniana, consequência de uma queda que o presidente sofreu em casa em 19 de outubro. A queda, que parecia ter sido apenas um incidente leve na época, acabou gerando dores de cabeça intensas.
A cirurgia de terça foi delicada. Os médicos realizaram uma trepanação, perfurando o crânio para remover o sangue acumulado. Dois dias depois, na quinta-feira (12/12), Lula passou por uma nova intervenção: uma embolização de artéria meníngea média. Esse procedimento ajudou a evitar novas hemorragias, bloqueando o fluxo sanguíneo na região.
Apesar da gravidade da situação, o presidente mostrou uma recuperação rápida. Na sexta-feira (13/12), já deixou a UTI e foi para a ala de cuidados semi-intensivos. Nesse dia, Lula deu uma caminhada pelos corredores do hospital, recebendo visitas da primeira-dama, Janja da Silva, e dos filhos.
Sem passar o bastão
Mesmo internado e passando por duas cirurgias, Lula não chegou a transferir o cargo para o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Alckmin representou o presidente em alguns compromissos, mas não houve a necessidade de uma transmissão formal de poderes.
De volta à rotina aos poucos
Com a alta hospitalar garantida, Lula retoma a rotina aos poucos. Ainda que não possa sair por aí em agendas cheias ou compromissos longos, ele já está liberado para despachos e reuniões de menor intensidade. A recuperação será acompanhada de perto pela equipe médica, com novos exames para garantir que tudo segue nos conformes.
Essa recuperação rápida de Lula traz um certo alívio tanto para a equipe de governo quanto para os apoiadores do presidente, que acompanharam com apreensão os noticiários nos últimos dias. Para Lula, voltar para casa depois desse perrengue significa não apenas uma vitória pessoal, mas também o início de uma retomada com calma e com os cuidados necessários. O velho "companheiro" voltou de mais uma batalha, mostrando que ainda tem fôlego e resistência de sobra.
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