“Tentou dar o perdido e perdeu: a moto, a liberdade e a moral”

Rapaz, ô sábado animado, viu? Lá pelo meio-dia, quando a piazada tava pensando no rango e o sol já começava a fritar o juízo, a Polícia Militar de Ampére foi chamada pra resolver uma treta digna de comédia pastelão: um acidente de duas motocicletas.

Chegando lá, tinha só uma moto estacionada de jeito bem atravessado e um piá mais branco que vela de sete dias, do lado de uma moça estirada no chão, sendo atendida pelo pessoal do SAMU. A moça tava mais desnorteada que barata em dia de dedetização. E a outra motocicleta? Só poeira, tinha sumido, levando junto o condutor "misterioso".

Mas não precisou de Sherlock Holmes nem de detetive de filme ruim pra desvendar essa: segundo a turma que tava olhando o movimento, o sumido tinha invadido a preferencial sem nem dar bom dia pro cérebro e causado a batida.

A PM, com aquele faro de investigador e uma ponta de paciência, achou o sujeito escondido na casa da sogra (ou da ex, ninguém sabe direito). O vivente tava com a cara toda ralada e os olhos mais vermelhos que tomate em dia de feira. Quando perguntaram se queria fazer o teste do bafômetro, ele respondeu na maior cara dura:

— "Que teste o quê, não tô nem tonto!"

Mas o bafo de cachaça tava tão forte que a equipe policial “cogitou medir a porcentagem de álcool no ar ao redor”. E pra melhorar, ele não tinha nem CNH. Ah, e claro, tinha levado a moto embora pra tentar escapar da polícia com a destreza de um gambá em noite de festa no galinheiro.

Foi autuado por embriaguez, por não ter habilitação, por fuga de local de acidente e, possivelmente, por crimes contra o bom senso. Acabou tomando uma carona (não a que ele queria) direto pra 58ª DRP de Santo Antônio do Sudoeste, pra resolver o pepino na sala do delegado, com a cara meio torta e um arrependimento proporcional à ressaca que vinha chegando.

E assim terminou o sábado de um cara que achou que podia ser piloto de fuga sem saber nem fazer baliza. Já dizia o ditado: se for dirigir, não beba. E se for beber, pelo menos leve a carteira de motorista… e a dignidade.