O clima no Palácio do Planalto ontem (14), estava longe de ser caloroso. A posse de Sidônio Palmeira como novo chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) foi marcada por gestos contidos, olhares tensos e um desconforto que parecia atravessar os salões do poder. O protagonismo dessa cena ficou por conta de Paulo Pimenta, agora ex-ministro da Secom, e da primeira-dama Janja da Silva, que não esconderam as expressões fechadas e os raros sorrisos durante a cerimônia.
Janja, reconhecida por sua participação ativa nos bastidores do governo, deixou claro que não estava em clima de celebração. Seu semblante inexpressivo durante a assinatura da ata de posse e o cumprimento quase mecânico ao novo ministro foram notados por todos os presentes. O esperado abraço cordial foi dado, mas sem brilho nos olhos ou palavras de incentivo. Rumores nos corredores indicam que as mudanças esperadas na Secom, especialmente a possível substituição de Brunna Rosa, responsável pelas redes sociais institucionais, seriam um ponto sensível nessa transição.
Paulo Pimenta, por sua vez, parecia carregar o peso da despedida. No discurso, relembrou momentos marcantes de sua gestão, mas a energia não era a mesma de outros tempos. Durante a assinatura do novo titular, Pimenta baixou a cabeça, evitando o contato visual prolongado. Um gesto que muitos interpretaram como uma mistura de resignação e descontentamento com o desfecho.
O contraste entre a solenidade do evento e o clima emocional foi evidente. Sidônio Palmeira, apesar de ser o centro das atenções, teve sua posse ofuscada pela postura dos protagonistas que o precederam. O novo ministro, reconhecido por seu perfil técnico e discreto, assumirá uma Secom que ainda carrega as marcas de uma gestão polarizadora. A expectativa de mudanças, tanto de estilo quanto de equipe, deixa no ar a pergunta sobre como Sidônio equilibrará sua atuação com os interesses e disputas internas.
Nos bastidores, comenta-se que a transição na Secom reflete algo maior: os desafios do governo em alinhar estratégias de comunicação sem perder o tom popular que marcou a campanha. Para muitos, a cerimônia de posse foi mais do que a troca de um nome por outro. Foi um reflexo de um governo que, ao completar dois anos de gestão, enfrenta o desafio de consolidar sua narrativa política e superar os ruídos internos.
E assim, enquanto os flashes das câmeras registravam os gestos contidos e os olhares vagos, o Palácio do Planalto seguia com seus movimentos de xadrez político. Afinal, na política, cada gesto conta, e cada silêncio pode ser mais eloquente que mil palavras.
Com informações: Poder 360
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