A sensação de justiça foi palpável entre os familiares e amigos das vítimas da brutal chacina que abalou a cidade de Campo Erê, no Oeste de Santa Catarina. No julgamento realizado no Tribunal do Júri, os dois irmãos responsáveis pelo massacre ocorrido em janeiro de 2023 foram condenados a 240 anos de reclusão cada um, em regime inicial fechado, além de uma pesada indenização às famílias das vítimas.
Durante a sessão que se estendeu por dois dias, a emoção foi visível, com muitos presentes manifestando seu alívio e pesar ao longo dos depoimentos. As vítimas sobreviventes, em especial, emocionaram o plenário com seus relatos sobre o ataque inesperado e violento, que deixou quatro mortos e seis feridos. A atuação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pelos Promotores de Justiça Susane Ramos e José da Silva Júnior, foi fundamental para a condenação dos réus, que não demonstraram remorso pelo ocorrido.
As provas apresentadas e os testemunhos de nove pessoas, incluindo as vítimas que escaparam da morte, foram cruciais para a decisão dos jurados. Ao fim do julgamento, a juíza do Tribunal do Júri leu a sentença, que qualificou os homicídios por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas, um julgamento que significou mais do que uma simples punição, mas também um recado claro à sociedade sobre a impunidade.
A Promotora Susane Ramos destacou a importância de honrar a memória das vítimas e de garantir que tais atrocidades não se repitam. Para ela, esse julgamento representa uma vitória para a sociedade e uma lição de que o direito à vida é inegociável. José da Silva Júnior, por sua vez, ressaltou o papel fundamental do MPSC em garantir que as provas e a verdade prevalecessem, reforçando a necessidade de respeito à vida e à dignidade humana.
Para as filhas de uma das vítimas, o julgamento representou o fechamento de um ciclo de sofrimento. "Foi muito difícil reviver tudo durante o julgamento, mas foi necessário para que a verdade fosse mostrada", comentou Rosinha Aparecida dos Santos, enquanto sua irmã, Rosemira dos Santos, afirmou que o caso deve servir de exemplo para que outras famílias não vivam o mesmo sofrimento.
O ataque aconteceu na noite de 21 de janeiro de 2023, quando os réus, impulsionados por vingança, invadiram um bar na Linha Doze de Novembro e cometeram o massacre. O motivo do ataque foi a morte do irmão dos acusados, que havia se suicidado horas antes, e a culpa que eles atribuíram à esposa dele. O alvo do ataque era a cunhada, mas como ela não estava no local, os réus mataram quatro pessoas de sua família e amigos, deixando outras seis feridas.
Apesar de caber recurso da sentença, o Juízo negou aos réus o direito de recorrerem em liberdade, com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a soberania dos veredictos do Tribunal do Júri autoriza a execução imediata da condenação. A justiça, finalmente, foi feita, e a sociedade de Campo Erê respira um pouco mais aliviada, na esperança de que um caso como esse nunca mais se repita.
Com informações: PPNews
Mín. 18° Máx. 31°