Na manhã desta segunda-feira, 27, a BR-282, aquela estrada que já viu de tudo – desde caminhão carregado de melancia até galinha atravessando a pista –, foi palco de mais um capítulo digno de roteiro de comédia pastelão. A cena se desenrolou no km 510, perto de Xanxerê, onde os policiais rodoviários federais, aqueles ‘herois’ de colete refletivo, resolveram dar uma olhada num carro argentino que parecia ter saído direto de um episódio de "Quebra de Legislação Internacional".
Tudo começou com a placa dianteira do veículo, que estava tão apagada que até o Dalai Lama teria dificuldade para decifrar. Nem o mais experiente leitor de aura conseguiria identificar aqueles caracteres. Os policiais, com aquele faro de detetive que só quem já tomou muito chimarrão tem, perceberam que ali tinha coisa errada. E, claro, tinham razão.
Ao se aproximarem do carro, os agentes notaram um dispositivo eletrônico instalado perto do motorista. Era um negócio que parecia saído de um filme do Transformers – só faltava o robô falar “Optimus Prime, ao seu dispor!”. Quando questionados, os ocupantes, com aquele sotaque portenho que faz qualquer um querer pedir um mate, disseram que era uma sirene. Sim, uma sirene. Daquelas que imitam viaturas policiais. Eles alegaram que o aparelho já estava no carro quando o compraram, o que é o equivalente a dizer “não fui eu, foi o fantasma do Maradona”.
Mas aí a coisa começou a desandar de vez. O motorista, que provavelmente achava que dirigir sem habilitação era um esporte olímpico, não tinha carteira de motorista válida. Nem o seguro obrigatório, a famosa Carta Verde, que é tipo o RG do carro no Mercosul. Sem falar que a placa dianteira estava mais ilegível do que a letra de médico em receita de remédio controlado. E, para completar o pacote de irregularidades, nenhum dos cinco ocupantes havia feito o registro de entrada no Brasil. Ou seja, era um verdadeiro “turismo ilegal” em plena BR-282.
Diante de tanta criatividade para burlar a lei, os policiais não tiveram escolha a não ser recolher o veículo ao pátio. Imagina a cena: cinco argentinos, um carro cheio de firula e uma sirene que não deveria estar ali, sendo guiados para o pátio como se fossem estrelas de um reality show de infrações de trânsito. Eles foram autuados por todas as infrações e orientados a pagar as multas antes de deixar o país. Afinal, não dá pra sair por aí fazendo bagunça e depois ir embora como se nada tivesse acontecido, né?
A Polícia Rodoviária Federal aproveitou para reforçar que o uso de dispositivos sonoros restritos e a falta de documentação adequada são infrações graves que colocam em risco a segurança de todos. Mas, convenhamos, essa história vai render boas risadas nas mesas de bar de Xanxerê por um bom tempo.
E assim, mais um dia comum na BR-282, onde cada quilômetro guarda uma história – e algumas, como essa, são tão absurdas que só podem ser verdade. Ou, como diriam os argentinos: “¡Increíble, che!”.
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