Num sábado, Águas de Chapecó, no Oeste catarinense, o sossego do interior foi interrompido por um episódio digno de roteiro de novela mexicana. Tudo começou quando um cidadão de 47 anos, cujo nome a história preferiu não revelar (mas que vamos chamar carinhosamente de "Tesoureiro Valente"), resolveu que seu domingo seria diferente. Muito diferente.
O Tesoureiro Valente, munido de uma tesoura afiada e de um espírito que só podemos descrever como "espírito de porco", invadiu um sítio local. Seu alvo? Os porcos do chiqueiro. Sim, os porcos. Não se sabe se ele estava em busca de uma carreira como barbeiro suíno ou se simplesmente decidiu que os bichos estavam precisando de um corte de franja, mas o fato é que ele partiu para cima dos pobres animais com a determinação de um lutador de MMA.
O dono do sítio, um senhor de 63 anos que provavelmente só queria curtir seu final de semana em paz, ouviu barulhos estranhos vindo do chiqueiro. Ao chegar lá, deparou-se com a cena surreal: o Tesoureiro Valente, em pleno ataque aos porcos, brandindo a tesoura como se estivesse em um duelo medieval. Ao ser confrontado, o invasor não pensou duas vezes: largou os porcos e partiu para cima do dono, correndo atrás dele com a tesoura em riste e soltando ameaças que, segundo relatos, eram tão desconexas quanto um dicionário soprado pelo vento.
Enquanto isso, a esposa do dono do sítio, uma mulher de coragem e reflexos ágeis, quase foi atropelada pelo Tesoureiro Valente, que decidiu entrar no chiqueiro dirigindo um Volkswagen Crossfox. Sim, ele entrou no chiqueiro de carro. A cena deve ter sido digna de um filme de ação low-budget, com o Crossfox derrapando na lama e os porcos gritando como plateia de um reality show. A mulher, mais esperta que o esperto, fugiu e se refugiou em casa, onde acionou o marido para lidar com a situação.
Depois de toda essa confusão, o Tesoureiro Valente tentou fugir do local, mas o destino (ou a falta de habilidade ao volante) o pregaram uma peça: ele caiu com o carro em um buraco. Não sabemos se foi um buraco comum ou um buraco cósmico que surgiu especialmente para prender nosso heroi involuntário, mas o fato é que ele ficou imobilizado, dando tempo para a Polícia Militar chegar.
Quando os policiais apareceram, o Tesoureiro Valente estava em pleno estado de fúria poética, soltando frases desconexas que poderiam ser interpretadas como um novo gênero de literatura de vanguarda. Ele foi contido com algemas, mas isso não o impediu de continuar sua performance, chutando a viatura e gritando como um torcedor em dia de clássico.
No final das contas, o Tesoureiro Valente foi preso por dirigir sob efeito de álcool ou drogas (surpresa, zero), conduzir veículo sem habilitação e se recusar a fazer o teste do bafômetro. O Crossfox foi parar no pátio de apreensões, e a tesoura, a verdadeira protagonista dessa história, foi entregue à delegacia de Polícia Civil de Chapecó, onde provavelmente será exibida como prova de um dos casos mais bizarros já registrados na região.
E assim termina a saga do Tesoureiro Valente, um homem que, em um dia comum, decidiu que seu legado seria atacar porcos com uma tesoura e quase virar um meme nacional. Que ele fique em paz (e longe dos chiqueiros).
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