Nos últimos anos, a política brasileira virou um verdadeiro ringue de UFC, onde a pancadaria verbal e ideológica acontece todos os dias, principalmente nas redes sociais. Mas, recentemente, dentro da própria direita, uma divisão se consolidou: de um lado, os chamados "Gado", seguidores fiéis de Jair Bolsonaro, que não arredam o pé das diretrizes apontadas pelo ex-presidente. Do outro, os "Intergalácticos", uma ala que busca se descolar de Bolsonaro, mas ainda quer surfar na onda do seu eleitorado e capital político.
Essa divisão ficou escancarada na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Enquanto os bolsonaristas defendiam a estratégia de fechar com os presidentes eleitos das casas legislativas, Hugo Mota e Davi Alcolumbre respectivamente para garantir comissões estratégicas – e assim, levar adiante pautas como o armamento civil e bloqueios a projetos governistas –, os Intergalácticos bateram o pé na tese de independência total. Para eles, aceitar migalhas em troca de cargos era vender a alma para o sistema. O lema que ecoava nas redes sociais era claro: "Melhor perder de pé do que ganhar de quatro".
O embate entre as alas direitistas virou uma verdadeira guerra digital. De um lado, os bolsonaristas acusavam os Intergalácticos de traidores, oportunistas e de tentarem dividir o movimento conservador. Já os Intergalácticos retrucavam chamando os bolsonaristas de submissos ao sistema, que aceitavam qualquer coisa para se manter na estrutura de poder. O clima ficou azedo, e a rachadura só aumentou.
Apesar dos esforços dos Intergalácticos para criar uma terceira via dentro da direita, os números mostram que a política brasileira continua extremamente polarizada. No fim das contas, a briga ainda gira em torno de dois nomes: Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Ambos seguem dominando o cenário político, com forte capacidade de transferência de votos e influência direta nas eleições. Enquanto a esquerda se mantém unida em torno de Lula, a direita agora tem que lidar com sua própria divisão interna, o que pode enfraquecer sua capacidade de enfrentamento nas próximas disputas.
No final das contas, a grande pergunta que fica é: essa divisão da direita é passageira ou veio para ficar? Será que os Intergalácticos vão conseguir se consolidar como uma força real ou acabarão engolidos pela polarização entre Lula e Bolsonaro? A política brasileira é um tabuleiro em constante mudança, e só o tempo dirá quem sairá vitorioso dessa batalha interna.
Mín. 18° Máx. 31°