Imagina um empreendedor do interior do Paraná, daqueles que criou uma marca de chimarrão gourmet, cheio de embalagem bonita, nome chamativo e até um slogan que viralizou nas redes sociais. Por fora, parece um sucesso: as prateleiras dos mercados estão cheias, o Instagram bombando, e todo mundo fala do produto. Mas, quando você experimenta, percebe que o sabor não tem aquele "toque" especial, aquele cuidado artesanal que só um verdadeiro chimarrão feito na cuia de purungo e bomba de prata pode ter. A essência se perdeu no meio do caminho, porque o foco foi todo na aparência, no marketing, no "parecer" ser bom, e não no "ser" bom.
Assim é a vida espiritual de muitos hoje. O versículo de 2 Timóteo 3.5 alerta: "...Tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder." É como se a gente vestisse uma camiseta de grife espiritual, postasse versículos bonitos nas redes, frequentasse cultos e até liderasse grupos, mas, no íntimo, falta aquela conexão verdadeira com Deus. A essência do Evangelho — o poder transformador de Cristo — fica de lado, enquanto a aparência de "crente bem-sucedido" é o que importa.
No empreendedorismo, assim como na fé, o que sustenta é a essência. Um negócio que não entrega valor real, por mais bonito que pareça, acaba caindo no esquecimento. Da mesma forma, uma vida espiritual que não tem raízes profundas em Cristo, por mais que pareça piedosa, não resiste às tempestades. O verdadeiro empreendedor sabe que o sucesso não está só na fachada, mas na qualidade do que ele oferece. E o verdadeiro crente sabe que a fé não está só nas aparências, mas na intimidade com Deus, na crucificação diária do "eu" e na busca constante pelo poder do Espírito Santo.
Então, bora refletir: será que a nossa vida empreendedora e espiritual está focada no que é essencial? Ou estamos só cuidando da embalagem, enquanto o conteúdo fica cada vez mais fraco? Lembra: no fim, o que vale é o que é real. O resto é só fumaça.
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