Aqui no Paraná, a gente tá acostumado com o barulho da chuva no telhado de zinco e o cheiro de pinhão na chapa, mas ultimamente dizem que tem ecoado mesmo é o som das panelas batendo durante a fala de Lula. O presidente Lula, resolveu dar um jeito na falta de comunicação e chamou um pronunciamento em cadeia nacional essa semana. Sabe como é, né? Depois de tomar tanto pau da oposição bolsonarista no X e nas demais redes sociais, ele quis virar o jogo e mostrar pro povão que nem tudo é só notícia ruim.
A ideia do governo era clara: dar um gás na popularidade do homem e botar na roda uns programas que, pra muita gente, ainda tavam voando baixo, meio que escondidos no meio do tiroteio político. Na fala dele, que foi curtinha, direta e com aquele tom de quem tá conversando no boteco, Lula mandou um papo sobre o Pé-de-Meia e o Farmácia Popular. “O tio Zé até parou pra assistir, mas já logo voltou pro serviço resmungando que é tudo lorota”.
O Pé-de-Meia, pra quem não tá sabendo, é aquele programa que promete R$ 1 mil por ano e mais R$ 200 por mês pros guris e gurias que não largarem o ensino médio. Coisa boa, né? Ele começou a pingar hoje, dia 25, e o Lula fez questão de alardear isso na TV. Mas ó, não foi fácil chegar aí. O bicho pegou porque as moedas não tava no Orçamento da União, e o Tribunal de Contas da União (TCU) deu um aperto no governo, falando que tem que enfiar isso no projeto de 2025 pra não virar bagunça no arcabouço fiscal. “O Seu João, que entende de política tanto quanto eu de física quântica, disse que “se não tiver no papel, é só promessa de político”. E olha que ele votou no Lula, hein!
Esse Pé-de-Meia, aliás, é tipo o xodó do terceiro mandato do presidente. Dizem que foi ideia da Simone Tebet, lá de quando ela concorreu à Presidência. Na época, ela jogou a proposta pro Lula pra ele adotar no segundo turno, e ele, esperto, pegou o embalo. Aqui no interior, o pessoal tá chamando de “bolsa pra não gazear aula”, e até que tem feito barulho.
Já o Farmácia Popular veio com novidade: agora é tudo de graça, todos os remédios do programa. Um amigo, que pega remédio pra pressão, ficou faceiro. “Se for verdade mesmo, já ajuda no bolso, porque tá difícil comprar as pastilhas com esse preço do arroz subindo toda semana”.
Mas, olha só, esses dois projetos não são novidade de hoje. O governo já tinha lançado eles antes, só que, pelas pesquisas que eles encomendaram, o povo ainda não tinha sacado direito. Aí o novo ministro da Comunicação, o Sidônio Palmeira, resolveu “bater o bumbo”, como se diz aqui no Paraná. É tipo quando a gente vai na festa do padroeiro e o locutor fica gritando no microfone pra todo mundo ouvir as atrações. A estratégia é essa: fazer o povão saber que tem coisa boa acontecendo, pra ver se descola essa imagem de que o governo só traz dor de cabeça.
Porque, vamos combinar, o Lula tá apanhando feio nas redes sociais desde o começo do ano. Os opositores, que antes ficavam no blá-blá-blá de costume, mudaram o alvo. Agora é inflação nas alturas e perrengue na gestão que eles tão jogando na cara do governo. A equipe do Lula tá chiando, dizendo que a oposição tá conseguindo pintar o governo como um poço de má notícia. Por isso essa jogada de relançar os programas na TV, pra ver se o eleitorado aqui de Curitiba, Londrina, Maringá e até das cidadezinhas menores como Barracão, Pato Branco e Guarapuava sente o impacto no bolso e no coração.
Só que nem tudo são flores, né? Hoje cedo, dia 25, a hashtag #panelaço bombou no X, ficou em primeiro lugar e tudo. O pessoal tava falando que, durante a fala do Lula, teve panelaço em um monte de cidade – e aqui no bairro eu juro que ouvi umas batidas abafadas, mas pode ter sido o vento nas telhas também, vai saber. No X, os bolsonaristas tavam soltando fogo, dizendo que o povo não engoliu o discurso. Já os apoiadores do Lula tavam defendendo, falando que é “inveja da oposição”.
No fim das contas, aqui no Paraná a gente segue acompanhando esse embate como quem assiste jogo do Coritiba contra o Athletico: com paixão, uns xingamentos e, no fundo, torcendo pra que alguém faça gol – ou, no caso, pra que o bolso da gente sinta algum alívio. O Lula tá tentando, mas o barulho das panelas e o zum-zum-zum das redes sociais não dão trégua. Vamos ver no que vai dar.
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