Na tarde de ontem (01), dia primeiro de março de 2025, o sol tava de rachar o lombo em Barracão, interior do Paraná, quando o apito do juiz cortou o ar quente da Linha Nova. Era o sinal que a galera tava esperando: começou o Campeonato Municipal de Futebol Suíço (Barraconense Suíço), aquele evento que já virou parte do calendário da cidade, tipo festa de padroeiro ou churrasco de domingo. A comunidade se ajuntou em peso ao redor do campo – tinha gente encostada na cerca, debaixo das árvores, com copo de cerveja na mão ou chimarrão bem cevado, todos prontos pra torcer, zoar e se esbaldar com a bola rolando.
O primeiro duelo já chegou chegando, como quem diz “segura que o bicho vai pegar”. De um lado, o Nossa Senhora de Fátima, o atual campeão, aquele time que todo mundo olha com um certo respeito. Do outro, o Atlético Fut 7, um time cheio de disposição, com os guris com o pé quente. Nem deu tempo da torcida se ajeitar direito nas beiradas do campo, e o Atlético já mandou o recado: com menos de dois minutos, Edivan, o homem da tarde, deu um chute, sem chance pro goleiro, e a bola morreu no fundo do gol. 1 a 0. A torcida do Fátima, que ainda tava se aquietando, ficou com cara de “ué, já?”. Mas o pior – ou melhor, dependendo de quem torcia – ainda tava por vir. Aos vinte minutos, André Luiz, com aquele jeitão de quem sabe o que faz, ampliou o placar. E adivinha quem apareceu de novo? Edivan, o danado, fez o terceiro, cravando 3 a 0 antes do apito do intervalo. O silêncio tomou conta dos torcedores do Fátima, só cortado por uns cochichos de espanto e um “nossa, vai ser difícil buscar” aqui e ali.
Ó Fátima, coitado, tava sentindo o golpe. Mesmo com uns desfalques que pesaram no momento, dava pra ver que a qualidade tava ali, nos passes trocados, nas jogadas ensaiadas. Mas, como diz o ditado da roça, “de boa intenção o galinheiro não enche”. Ora a bola teimava em não entrar por falta de capricho no arremate, ora esbarrava no goleiro Pedro Rosa, que tava impossível, pegando até pensamento. Só que o segundo tempo trouxe um ventinho de esperança para as bandas do campeão. O time combinado, e Ventania – que nome pra jogador, hein? – descontou aos quatorze minutos, botando fogo no jogo. Quatro minutos depois, Alan mandou pros barbantes e fez o 3 a 2, reacendendo a torcida que já estava quase jogando a toalha. O campo virou um caldeirão, mas o relógio, desse juiz cruel, não quis saber de emoção: o tempo acabou, e o Nossa Senhora de Fátima saiu de cabeça baixa, amargando a derrota no Grupo C. Já o Atlético Fut 7, esse sim, foi pra casa com o peito estufado, comemorando uma estreia que vai ficar na boca do povo por um tempo.
Foi só o começo, mas já deu pra sentir o cheiro de disputa no ar. O Barraconense Suíço tá de volta, e se depender dessa primeira rodada, vai ser um campeonato pra ninguém botar defeito. Que venham os próximos jogos, porque os jogadores já estão no clima – e a comunidade, essa torcida apaixonada, não vê a hora de ver mais bola na rede e história pra contar.
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