Na manhã desta segunda-feira, dia 03 de março de 2025, a notícia que ninguém queria ouvir cortou o coração da comunidade de Chopinzinho, no sudoeste do Paraná: o corpo do jovem Davi Melquisedeque Borges dos Santos, de apenas 14 anos, foi encontrado no Alagado do Rio Iguaçu, lá na localidade do Gamelão. O guri, que era de Dionísio Cerqueira/SC, cidadezinha ali na divisa com a Argentina, tinha sumido no dia anterior, domingo, enquanto participava de um encontro religioso numa chácara da região. O que era pra ser um momento de união e alegria virou um pesadelo pra família e pra todos que acompanharam o caso.
Davi, que tinha autismo, estava aproveitando o dia com os outros participantes do evento quando, de repente, a família notou que ele não estava mais por ali. Quem é do interior sabe como é: num instante, a gente tá de olho nos piás, no outro, eles somem correndo atrás de qualquer novidade. Mas dessa vez foi diferente. O desespero bateu, e logo os parentes chamaram o Corpo de Bombeiros pra ajudar a encontrar o menino. Imagina o aperto no peito dessa gente, vendo o sol baixar e nada do Davi aparecer.
Os bombeiros, com aquele jeito sério e dedicado que a gente conhece, botaram o pé na estrada e começaram as buscas. Não pouparam esforço: usaram drones com câmeras térmicas — dessas que enxergam o calor do corpo mesmo na escuridão — e fizeram varredura nas águas barrentas do rio Iguaçu. O Alagado, que é bonito de ver nas fotos, com aquela imensidão d’água refletindo o céu, virou um lugar de angústia naquele domingo. O pessoal remou, olhou, chamou, mas nada de sinal. Quando a noite caiu, não teve jeito: as buscas foram paradas, e todo mundo ficou com o coração na mão, esperando o dia clarear pra continuar.
Na segunda-feira, bem cedinho, as equipes voltaram pra lida. E foi aí que veio a notícia que ninguém queria: o corpo do Davi foi encontrado ali, no meio do Alagado. Dá pra imaginar o silêncio que tomou conta do lugar, só quebrado pelo barulho das águas e pelo choro de quem tava por perto. A Polícia Civil e a Polícia Científica chegaram rapidinho pra fazer o trabalho deles, cercando a área e analisando cada detalhe. Depois da perícia, o corpo do guri foi levado pro IML de Pato Branco, para fazer a necropsia pra entender melhor o que aconteceu.
Por enquanto, a Polícia Civil tá investigando o caso, mas ainda não soltou o verbo sobre o que pode ter levado o Davi pra esse fim tão triste. Aqui no Paraná, a gente sabe que essas coisas mexem com todo mundo — não é só uma notícia no jornal, é uma história que podia ser de qualquer um de nós. Fica o vazio, a saudade pra família, e aquela sensação de que, às vezes, a vida vira de ponta-cabeça sem avisar.
O gamelão, que pra muitos era só um canto tranquilo pra pescar ou jogar conversa fora, agora carrega essa memória pesada. E o Davi, que era só um piá cheio de vida, deixa um buraco que não explica. Resta esperar que as respostas venham, que a justiça esclareça, e que a família encontre um jeito de seguir em frente, mesmo com o peito apertado.
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