Eu não sei nem por onde começar, mas vamos lá: o Corinthians tomou um baile de 3 a 0 do Barcelona-EQU, lá no Estádio Monumental de Guayaquil, pela Libertadores, e foi uma comédia tão grande que dava pra vender ingresso. O Timão resolveu brincar de "qual tática a gente usa hoje?" e trocou de esquema tático três vezes no jogo. TRÊS! Começou num 3-5-2 que ninguém entendeu, voltou pro 4-4-2 no intervalo tipo "vamos fingir que a gente sabe o que tá fazendo", e terminou com três atacantes na frente, numa vibe "se é pra afundar, afunda direito". E afundou, hein! Parecia égua paraguaia correndo atrás de carreta: não chega nunca.
Os caras do Ramón e do Emiliano Díaz, que tavam na beira do campo gritando ordem, devem ter pensado que era um videogame: "vamos trocar o esquema rapidinho que o adversário não percebe". Só que o Barcelona-EQU percebeu, sim, e meteu logo três gols pra mostrar quem mandava na parada. Mas não dá nem pra culpar só a tática, não, porque tecnicamente o Timão tava mais perdido que cego em tiroteio. O Rodrigo Garro, que é tipo o menino de ouro do time nos últimos meses, parecia que tava jogando com chinelo de dedo: acertou só 22 passes (contaram até os errados pra ajudar na estatística), perdeu um contra-ataque que até minha vó faria gol e foi tão apagado que saiu aos 18 do segundo tempo. Deve ter ido pro vestiário tomar um guaraná pra acordar.
E não foi só ele, não, véio! O Breno Bidon tava parecendo barata tonta, errando tudo com bola e sem bola. O Yuri Alberto? Sumiu mais que parente depois que tu empresta dinheiro. O Memphis até tentou, coitado, correu feito louco, teve uma chance de gol, mas foi tipo cuspir pra cima: caiu na cara dele mesmo. Quase ninguém se salvou nesse Corinthians, foi um festival de perna de pau que dava dó.
Agora, se não dava pra jogar bonito, pelo menos podia competir, né? Botar garra, dar carrinho, fazer o famoso "deixa comigo". Mas nem isso! O time não foi tão displicente quanto contra aquele Universidad Central da Venezuela, que parecia jogo de várzea, mas ofereceu tanto espaço pro Barcelona-EQU que os equatorianos tavam se sentindo em casa, jogando de pantufa. "Ah, mas foi a maratona de jogos, a viagem pro Equador, o campo pesado por causa da chuva", dizem os caras. Tá, e daí? Isso é desculpa de quem perde pro primo no videogame e culpa o controle.
No primeiro tempo, com três zagueiros, o Timão até segurava os cruzamentos dos equatorianos, mas perdia todos os rebotes. Parecia criança correndo atrás de pipa cortada: chega atrasado e só vê o outro levar. E ataque? Meu amigo, o Corinthians não deu um chute no gol no primeiro tempo. Zero! Nem pro goleiro adversário esquentar as luvas. Aí, pra coroar a palhaçada, o João Pedro Tchoca, num misto de lerdeza e ingenuidade que só ele explica, cometeu um pênalti aos 43 minutos. Foi tipo dar um presente embrulhado com laço pro Barcelona: "toma aí, faz o gol que a gente facilita".
No segundo tempo, o Timão mudou de novo, botou um losango no meio-campo, entrou o Carrillo, o Alex Santana foi pra frente da zaga, e até teve mais posse de bola. Beleza, mas e gol? Nada! Era posse de bola estéril, tipo aqueles tiozão que falam muito na reunião de família mas não dizem nada que presta. Atrás, o time abriu a guarda, e o Barcelona quase fez mais um num gol contra do Gustavo Henrique — anulado por impedimento, mas já tava todo mundo com o coração na mão. Depois disso, o que era uma derrota magrinha virou vexame total: o Timão subiu a marcação, tomou um gol numa sequência de erros que parecia ensaiada de tão ruim, e ainda cedeu um contra-ataque mortal depois de um escanteio. Dois caras na sobra e mesmo assim tomaram o terceiro. Foi um chocolate equatoriano, daqueles de deixar a Fiel com vergonha até de tirar o celular do bolso pra xingar no X.
Agora, o 3 a 0 deixa a vaga na fase de grupos da Libertadores mais difícil que achar pinhão barato em dezembro. E o pior: domingo tem semifinal do Paulistão contra o Santos, e o Corinthians vai chegar mais pressionado que pneu de fusca em estrada de chão com a família dentro. Fora o prejuízo no bolso, que pode ferrar a temporada inteira. Resumo da ópera: socaram o barrote no Timão, e a torcida, coitada, só pode rir pra não chorar.
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