No primeiro dia da redução do preço do diesel nas refinarias da Petrobras, anunciada pra valer a partir desta terça-feira, 1º de abril de 2025, o povão que roda de caminhão, ônibus ou até mesmo de carro a diesel aqui no Brasil saiu atrás de uma boa notícia na bomba dos postos. Mas, ó, não foi bem assim que a banda tocou. A reportagem da BandNews FM, lá no Rio de Janeiro, na Zona Norte da capital fluminense, deu uma geral nos postos e viu que o preço não caiu na hora, como quem espera um café fresquinho saindo do bule. Muitos motoristas torceram o nariz, porque o tal desconto de 4,6% – que dá uns R$ 0,17 por litro – não apareceu pras suas carteiras.
Os donos dos postos, rapidinho, já tinham a desculpa na ponta da língua: “É que o estoque ainda tá com o preço velho, não deu tempo de renovar com o diesel mais barato”. Tá certo, até faz sentido, mas é engraçado como, quando o preço sobe, essa demora pra ajustar some mais rápido que água em chão quente. O aumento chega voando, sem nem dar um “oi” pro consumidor, e o novo valor já tá estampado na placa do posto antes de o galo cantar. Agora, quando é pra baixar, parece que o mundo gira mais devagar. Claro que o dono do posto não é o vilão da história toda – quem manda mesmo nisso é o governo, com suas políticas e cálculos que nem sempre a gente entende direito. Mas, cá entre nós, esse jeitinho de querer se dar bem em cima do outro tá grudado no brasileiro como carrapicho em barra de calça. Enquanto essa mania não for tirada do lombo, esse país, que tem tudo pra ser de primeiro mundo, vai ficar só na promessa, patinando no terceiro ou até pior.
A Petrobras, por sua vez, fez a parte dela: cortou o preço do diesel que vende pras distribuidoras em 4,6%, baixando o litro pra uma média de R$ 3,55. Mas, como tudo nessa vida tem um “porém”, o valor que chega na bomba depende de um monte de coisa: impostos, mistura de biocombustível, margem de lucro de quem distribui e de quem revende. Então, não é só a estatal dar um desconto que o motorista já sai cantando pneu de alegria. O Thiago Luiz, motorista de frete que gasta entre R$ 500,00 e R$ 600,00 por tanque, tá otimista. Ele acha que vai sobrar uns trocados no bolso pra tomar um café mais caprichado na estrada. Mas, pro grosso dos motoristas, ainda não dá pra soltar foguete. O que todo mundo quer mesmo é que essa redução respingue em outros cantos, tipo no preço da comida no mercado ou no frete das cargas.
E por que o diesel ficou mais barato agora? Segundo os entendidos, o real deu uma valorizada bruta frente ao dólar nas últimas semanas, e isso ajudou a Petrobras a dar esse alívio. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) disse que, no começo da semana, o diesel da estatal tava R$ 0,08 acima do preço lá de fora. Com esse ajuste, a coisa fica mais alinhada. E olha só o tamanho do impacto que isso pode ter: como o diesel é o sangue nas veias do transporte de carga, do agronegócio e até da geração de energia, uma baixadinha no preço pode fazer o custo de vida dar uma respirada. O economista Éric Gil Dantas, que entende das conta, explica que o combustível mais barato mexe direto na economia: desde o tomate que chega na feira até o frete do sofá novo que você encomendou.
Vale lembrar que a última mexida da Petrobras no diesel tinha sido em 1º de fevereiro, mas aí foi pra cima, com um aumento de R$ 0,22 por litro. E a inflação não perdoou: o IBGE mostrou que, em março, o preço do diesel subiu 2,77%. Agora, com essa redução, a estatal – que em 2024 vendeu 41 bilhões de litros do combustível – calcula que o impacto na economia pode chegar a R$ 7 bilhões. Desde dezembro de 2022, o preço do diesel pras distribuidoras já caiu 20,9%, segundo a empresa. É um número bonito, mas, na real, o povão só vai sentir mesmo se isso chegar na bomba e no bolso.
Então, fica a torcida: que o diesel mais em conta não seja só uma brisa passageira, mas um vento firme pra ajudar a girar a roda da economia. Porque, como dizem aqui no interior do Paraná, “de grão em grão, a galinha enche o papo” – e quem sabe, de desconto em desconto, o Brasil não começa a encher o peito pra voar mais alto?
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