Na noite de ontem, dia 3 de abril, a cidade de Renascença, aqui no sudoeste do Paraná, foi pega de surpresa por uma notícia que ninguém quer ouvir. Ademar Karkling, ou simplesmente Pacato, como todo mundo o chamava, nos deixou de forma repentina. Ele tava no meio de um jogo, daqueles que ele amava de coração, quando um infarto fulminante o levou. Tentaram socorrer, correram com ele pro atendimento, mas não teve jeito. Pacato se foi, deixando um vazio danado nas quadras e na vida de quem o conhecia.
Aqui no interior, onde a gente se conhece pelo apelido e pelo jeito de ser, Pacato era figura conhecida. Um sujeito de riso fácil, daqueles que puxa conversa com qualquer um e sempre tem uma história pra contar. Ele era um dos cabeças do Renascença Futsal, time que ele ajudava a tocar com um baita orgulho. Não era só um dirigente que fica no canto assinando papel, não. Pacato era o tipo que botava a mão na massa, incentivava os guris, vibrava a cada gol e, quando precisava, dava aquele empurrão pra ninguém desistir. Dia 29 de março, aliás, ele tava lá, todo pimpão, vestindo a camisa do time no começo da Série Bronze, torcendo e trabalhando como se fosse o primeiro dia de uma grande aventura.
A diretoria do Futsal Renascença soltou uma nota de pesar que diz bem quem ele era. Falaram dele como um motivador, um apaixonado pelo esporte, alguém que não media esforço pra ver o time brilhar. E é verdade. Quem já viu Pacato nas arquibancadas ou no meio do pessoal sabe que ele tinha um fogo nos olhos quando o assunto era futsal. Mas não era só isso. Ele tinha um jeito leve, extrovertido, que alegrava o ambiente. Era daqueles que, só de chegar, já mudava o clima pra melhor.
A cidade inteira tá sentindo o baque. Renascença é lugar pequeno, onde todo mundo se cruza no mercado, na igreja ou na praça, e Pacato era parte dessa gente simples e boa que faz o dia a dia valer a pena. Vai ser difícil passar pela quadra e não lembrar dele gritando, rindo ou cobrando um passe bem feito. A saudade já tá batendo forte, não só no esporte, mas em cada canto onde ele deixou sua marca.
Agora, fica o consolo de imaginar que ele se foi fazendo o que gostava. Jogando, vivendo o futsal que era quase uma extensão dele mesmo. A esposa e a filha, que ele tanto amava, tão recebendo o carinho de todo mundo nesse momento duro. E o time? O time vai seguir, claro, com aquela raça paranaense que não deixa a peteca cair. Prometeram correr atrás do título da Bronze pra homenagear o amigo que se foi. Se depender da energia que Pacato deixava em quadra, esse troféu já tem dono.
Que o "véio lá de cima" dê um abraço apertado no Pacato e conforte quem fica. Descanse em paz, amigo. Aqui embaixo, a gente vai continuar gritando gol por você.
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