Na manhã desta sexta-feira, 4 de abril, o clima de expectativa de um grupo de estudantes e professores do curso de Paisagismo do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contrastaram com o desfecho inesperado e doloroso que marcaria o dia. Um ônibus, carregando mais de 30 pessoas rumo a uma visita técnica ao cactário Horst – o maior da América Latina, localizado em Imigrante, no Rio Grande do Sul –, tombou numa ribanceira na RSC-453, entre os quilômetros 3 e 4. O relógio marcava por volta das 11h15 quando a tragédia se desenrolou, deixando um rastro de tristeza e comoção.
Sete vidas foram ceifadas nesse acidente que, num piscar de olhos, transformou uma viagem de aprendizado numa cena de lamento. Seis mulheres e um homem, cujos nomes ainda não vieram à tona, perderam-se na queda. Outras 20 pessoas saíram feridas, algumas agarradas à esperança em estado grave, enquanto o coletivo, que deveria ser um símbolo de união e descoberta, virou um retrato de dor. O destino, que era pra ser um momento de contemplação da natureza e seus cactos imponentes, acabou sendo trocado por sirenes, correria e o peso do silêncio que vem depois do caos.
O Hospital Ouro Branco, em Teutônia, abriu as portas pra receber 17 dos feridos. Cinco deles, com o corpo e a alma machucados demais, lutam pela vida em estado crítico – dois já com transferência pro Hospital Bruno Born, em Lajeado, onde a estrutura pode dar um reforço na batalha pela sobrevivência. Já em Estrela, o hospital da cidade acolheu outros seis: três homens e três mulheres, cada um carregando as marcas de um dia que ninguém imaginava que ia terminar assim.
A RSC-453, que corta o interior gaúcho com suas curvas e histórias, ficou travada nos dois sentidos. Não tinha como ser diferente: era preciso dar espaço pras equipes de socorro, que chegaram com pressa e coração na mão. O 22º BPM, o Batalhão de Aviação, o Batalhão Ambiental e o Corpo de Bombeiros Militar se juntaram numa força-tarefa pra resgatar, atender e, quem sabe, trazer um pouco de alento no meio do desespero. Helicópteros no ar, viaturas no chão e o barulho das ferramentas cortando metal pra tirar quem ficou preso – tudo isso virou a trilha sonora de uma manhã que ninguém vai esquecer.
A UFSM, casa de tantos sonhos e projetos, sentiu o baque na alma. O reitor decretou luto oficial de três dias, suspendendo aulas e atividades administrativas nesta sexta e no sábado. É um tempo pra chorar os que se foram, pra rezar pelos que estão nos hospitais e pra tentar entender como algo assim acontece. Em Santa Maria, a prefeitura também se mexeu: em nota, mandou abraço apertado pras famílias, amigos e toda a comunidade acadêmica, enquanto equipes do Executivo já estão no campus, de braços abertos pras famílias que chegam perdidas, querendo notícia, querendo um porquê.
Nas redes sociais, o governador Eduardo Leite deixou suas palavras ecoarem: “O Rio Grande do Sul está de luto”. É um luto que pesa no peito de quem lê, de quem vê as fotos do ônibus retorcido na ribanceira, de quem imagina o grito das sirenes cortando o sossego do interior. Ele prometeu acompanhar de perto, oferecer apoio, mas a verdade é que, por agora, o que sobra é o vazio de uma perda que não explica.
Fica o respeito por quem partiu, a torcida por quem resiste e a certeza de que, no meio dessa tristeza toda, a solidariedade vai tentar, aos poucos, costurar o que sobrou. Porque é assim que a gente faz no Sul: quando a vida derruba, a gente se junta pra levantar.
TRAGÉDIA: Ônibus da UFSM sofre grave acidente no RS e deixa mortos e feridos pic.twitter.com/TAxGijIYq9
— OCP News (@redeocpnews) April 4, 2025
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