Era meio-dia de um sábado quente, 5 de abril de 2025, quando a BR-101, lá em Garuva, no Norte de Santa Catarina, virou palco de uma cena que ninguém esperava. Um aviãozinho de pequeno porte, um monomotor Pelican 500 BR, daqueles usados pra jogar defensivo nas lavouras, desceu do céu e fez um pouso forçado bem no meio da rodovia, no Km 18, sentido Sul. O bicho não veio devagarinho, não: apareceu em meio aos carros e caminhões, com o piloto manobrando direitinho pra não bater em ninguém. Quem tava passando por ali ficou de boca aberta, celular na mão, filmando tudo como se fosse filme de ação.
Dentro do avião, só dois viventes: o piloto, Mateus Renan Calado, um rapaz de 29 anos, e o dono da máquina, Valdemiro José Minella, de 71, um empresário da mineração lá de Joinville. Os dois saíram inteiros, sem um arranhão, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou. Sorte grande, porque descer daquele jeito no asfalto quente, com o trânsito rolando, não é pra qualquer um.
A história começou mais cedo, quando o avião decolou do aeroclube de Garuva, pertinho dali, rumo a Joinville. Mas, no meio do caminho, o motor resolveu dar um chilique. Pane braba, daquelas que não tem conserto no ar. O jeito foi o piloto, com sangue frio, escolher a BR-101 como pista de emergência. E olha que ele acertou em cheio: pousou, o avião deslizou um pouco, e depois os dois, com ajuda de quem tava por perto, empurraram o bichinho pra fora da estrada, pro acostamento. Um tratorzinho improvisado, como se fosse um reboque de luxo, só que sem luxo nenhum.
O Pelican 500 BR, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro, é um aviãozinho de trabalho, feito pra pulverizar plantação. Tá no regime experimental, o que é comum nesses modelos mexidos pra serviço bruto. Tá tudo em dia nos papéis, mas agora o bicho tá lá, paradinho, sendo fuçado por mecânicos que querem saber o que deu errado. Se o motor voltar a roncar direitinho, a PRF já avisou: vai fechar a rodovia por uns minutos pra ele decolar de novo. Se não der, aí já era — vão desmontar as asas e levar o coitado num caminhão, como quem carrega traste velho.
A confusão, claro, bagunçou o trânsito. A Arteris, que cuida do trecho, disse que a fila já tava batendo um quilômetro, mas as faixas e o acostamento tão liberados. O pessoal da concessionária tá lá, dando uma força, enquanto os curiosos não param de tirar foto. Imagina o papo nos grupos de WhatsApp: “Tu viu o avião na BR? Parecia coisa de cinema!”.
A Força Aérea Brasileira (FAB) foi cutucada pelo NSC Total pra dizer se vai investigar o caso, mas até agora, nadica de resposta. Enquanto isso, fica o causo: um dia que começou comum, com caminhão buzinando e carro correndo, e terminou com um avião estacionado onde ninguém imaginava. Mateus e Valdemiro, que escaparam dessa, devem tá contando a história pros amigos, com aquele sorriso de quem sabe que viveu um baita perrengue — e saiu pra contar.
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