Na tarde deste 6 de abril, a Avenida Paulista, coração pulsante da região central de São Paulo, virou palco de mais um capítulo daquelas histórias que deixam a gente coçando a cabeça e tentando entender o que tá pegando. Uma manifestação a favor da anistia pros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 tomou conta da rua, e, no meio do fervo, uma cena roubou os holofotes: um atirador de elite, daqueles de dar um frio na espinha, foi flagrado no telhado de um prédio, espiando tudo de cima.
O sujeito tava todo paramentado, com roupa camuflada que parecia saída de filme de guerra, uma balaclava cobrindo o rosto e uma arma de grosso calibre na mão – coisa de arrepiar até os mais corajosos. No braço direito, um detalhe chamou atenção: um brazão que lembrava os usados pelos policiais de elite, tipo o BOPE do Rio ou o CORE de São Paulo. Quem registrou o clique foi o fotógrafo Edi Sousa, a serviço do Estadão Conteúdo, que não deixou o momento passar batido. A imagem correu o mundo mais rápido que notícia de promoção no mercado, e logo o povo começou a se perguntar: “Que trem é esse? Tá rolando algo maior aí?”
A manifestação em si já tava carregada de peso. Teve a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que anda enrolado na Justiça como réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado, junto com um punhado de aliados políticos que não largam o osso. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também marcou presença, mostrando que o evento tinha cacife. E, pra completar o elenco, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro subiu no palanque e mandou um discurso daqueles. No meio da fala, pediu pra galera levantar os batons enquanto o coro de “Anistia Já” ecoava pela avenida. O batom, véio, não era só um detalhe qualquer: era uma referência à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que tá em prisão domiciliar depois de pixar com batom a estátua da Justiça na frente do STF, lá nas manifestações de 8 de janeiro. Um gesto simples que virou símbolo.
Mas nem tudo é apoio nessa história. Uma pesquisa fresquinha da Genial/Quaest, soltada hoje mesmo, mostrou que a maioria dos brasileiros não tá muito a fim de passar a mão na cabeça de quem se meteu nos atos golpistas. Dos entrevistados, 56% acham que os condenados têm que continuar atrás das grades, enquanto só 18% defendem que eles deveriam ser soltos porque, na visão deles, nem deveriam ter sido presos. Outros 16% até pensam em soltura, mas por acharem que já deu tempo demais de cadeia. Ou seja, o povão tá dividido, mas a balança pende pro lado de manter a coisa como tá.
E aí, no meio desse angu de caroço, fica a dúvida: o que aquele sniper tava fazendo ali? Era segurança reforçada por causa da presença de figurões? Ou tinha algo mais no ar? A foto do Edi Sousa jogou lenha na fogueira das especulações, e o bicho tá pegando nas conversas de bar, nas redes sociais e até nas rodas de chimarrão – ou de café, pros paulistas. O certo é que essa manifestação na Paulista não foi só mais um ato político: foi um daqueles dias que deixam a gente pensando no que vem pela frente, enquanto o Brasil segue nessa prosa braba de tentar se entender.
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