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Barracão, PR
No último domingo, dia 6 de abril, o que era pra ser só mais um jogo de futebol entre Coronel Vivida e Itapejara do Oeste, pela Copa Sudoeste de Futebol, virou um baita dum estrago, daqueles que deixam a gente com a cabeça pensando: "até quando?". Um episódio de injúria racial, coisa feia que não tem lugar nem no esporte, nem na vida, manchou a partida e jogou um balde d’água fria na alegria que o futebol costuma trazer pras comunidades do interior do Paraná.
O pivô da confusão foi o jogador Adair do Nascimento, o Kanu, do time de Coronel Vivida. Um moço que tava lá pra jogar bola, fazer o que gosta e segundo ele, acabou virando alvo de ofensas racistas pesadas, ‘cuspidas’ por um atleta do Itapejara do Oeste. Isso rolou já nos 45 do primeiro tempo, quase no apito pro intervalo. Imagina só a cena: o cara suando a camisa, correndo atrás da bola, e de repente leva uma paulada dessas, não com chute, mas com palavras que cortam mais fundo que faca afiada. Chamaram ele com termos que não daria nem pra repetir, de tão baixos como; “nego encardido”.
Aí, o clima pegou fogo. Os companheiros de Kanu, junto com a comissão técnica, não engoliram quieto. E quem engoliria? Ficaram todos revoltados, com aquela raiva misturada de tristeza, sabe? E fizeram o que o coração mandou: em sinal de protesto e apoio ao amigo, resolveram largar o jogo ali mesmo, no intervalo, e saíram de campo. Não era só sobre o placar, era sobre dignidade. Deixaram claro que, pra eles, futebol não é lugar de passar pano pra preconceito.
A Polícia Militar entrou na dança pra botar ordem na casa. Levaram o Kanu, que tava machucado na alma, e o sujeito que abriu a boca pra destilar veneno até a 2ª Companhia, lá em Coronel Vivida. Lá, registraram tudo direitinho, pra que o caso não ficasse só na falação. Agora, é esperar pra ver o que a justiça e as autoridades do esporte vão fazer com essa lambança.
O bicho pegou tanto que a notícia correu mais rápido que garrincha com a bola no pé. Aqui no Paraná, onde o futebol é quase religião, a coisa repercutiu feio. O povo de Coronel Vivida e arredores ficou de orelha em pé, cobrando posição. O Departamento de Desporto e a Administração Municipal logo botaram a boca no trombone, dizendo que discriminação não tem vez, nem no esporte, nem em canto nenhum. E as cabeças da Aesupar, que organiza a copa, agora tão com a batata quente na mão: precisam decidir que punição vai rolar pra esse tipo de atitude que envergonha o futebol.
Mas ó, fica a pergunta no ar, como um vento gelado que não explica: por que ainda tem gente que acha que pode sair por aí jogando ódio nos outros? O Kanu, que só queria jogar sua bola, virou símbolo de uma luta que não devia nem existir mais. E o jogo, que era pra ser festa, terminou em silêncio amargo. Que esse caso sirva de lição, pras arquibancadas e pros gramados, pra que o respeito ganhe de goleada e o preconceito leve cartão vermelho de uma vez por todas.
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