A política brasileira, sempre cheia de reviravoltas e emoções, já começa a esquentar os motores pra eleição presidencial de 2026, e a sondagem fresquinha da Paraná Pesquisas, divulgada nesta terça-feira (22), joga uma luz no que pode vir por aí. Realizada entre 16 e 19 de abril, a pesquisa ouviu mais de 2 mil pessoas em 160 municípios, com uma margem de erro de 2,2 pontos pra mais ou pra menos. E o que ela mostra? Um cenário embolado, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda dando as cartas, mesmo inelegível, e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentando altos e baixos, enquanto nomes como o governador paranaense Ratinho Junior (PSD) começam a despontar no radar.
Na primeira simulação, com seis candidatos, Bolsonaro aparece na frente, cravando 38,5% das intenções de voto, contra 33,3% de Lula. É uma vantagem que, mesmo dentro da margem de erro, reforça a força do ex-presidente entre seus apoiadores, apesar de ele estar fora do páreo por decisão judicial. O recado é claro: o bolsonarismo segue vivo e pulsante, e isso não é pouca coisa num país tão polarizado. Mas, quando Bolsonaro sai da jogada, o jogo vira. Lula assume a liderança em todos os cenários, mostrando que, sem o adversário de peso, o petista ainda tem cacife pra liderar a corrida.
Um dos cenários mais interessantes é o que coloca Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, como candidata do PL. Com 31,7% das intenções de voto, ela fica colada em Lula, que marca 33,7%, num empate técnico que promete esquentar os debates. A força de Michelle, que carrega o sobrenome e o legado político do marido, é um sinal de que o eleitorado bolsonarista pode migrar em peso pra ela, caso Bolsonaro siga de fora. Além disso, nomes como Ciro Gomes (PDT), com 11,8%, e o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), com 6%, aparecem tentando furar a bolha da polarização, mas ainda sem fôlego pra desbancar os protagonistas.
Outro cenário que chama atenção é o embate entre Lula e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo Republicanos. Aqui, Lula lidera com 34%, mas Tarcísio, com 27,3%, mostra que é um nome pra ficar de olho. Jovem, alinhado ao bolsonarismo, mas com um perfil mais técnico e menos polêmico, ele pode ser uma aposta pra unir a direita em 2026. Ciro Gomes, novamente, belisca seus 12,6%, enquanto Caiado e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) patinam com menos de 5% cada.
E aí vem o Ratinho Junior, o governador do nosso estado, que aparece em segundo lugar num dos cenários, com 16,2% das intenções de voto, contra 33,3% de Lula. É verdade que a distância é grande, mas, pra um nome que ainda não se lançou oficialmente como presidenciável, o resultado é de encher os olhos. Ratinho, que tem feito uma gestão bem avaliada no Paraná, com foco em infraestrutura e equilíbrio fiscal, começa a ser visto como uma alternativa viável no campo da centro-direita. Ele fica à frente de Ciro (14,2%) e Caiado (8,7%), o que mostra que o Paraná pode, sim, ter um peso danado na disputa nacional. Os indecisos e nulos, que somam 21,4% nesse cenário, indicam que ainda tem muito eleitor esperando pra ver quem vai se firmar como opção.
No segundo turno, a coisa aperta ainda mais. Lula aparece atrás de Bolsonaro, Michelle e Tarcísio, o que reforça a dificuldade do petista em cenários onde a direita consegue unificar seu eleitorado. Contra Bolsonaro, a liderança do ex-presidente é mais clara, mas com Michelle e Tarcísio, as disputas são mais equilibradas, mostrando que 2026 pode ser uma eleição de tirar o fôlego.
O que dá pra tirar dessa pesquisa? Primeiro, que a polarização entre PT e bolsonarismo tá longe de acabar. Segundo, que nomes novos, como Tarcísio e Ratinho Junior, tão começando a ganhar espaço, especialmente entre quem busca uma direita menos radical ou um centro mais pragmático. E terceiro, que o eleitorado ainda tá com um pé atrás, com percentuais altos de indecisos e nulos em todos os cenários. Aqui no Paraná, a gente fica na torcida pra que Ratinho Junior, com aquele jeito “pé no chão” de quem conhece o estado de ponta a ponta, consiga transformar esse segundo lugar num trampolim pra voos mais altos. Afinal, como já diz o ditado por essas bandas: “No Paraná, a gente planta firme e colhe forte”.
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