A crise que ronda a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) parece ir além das derrotas dentro de campo, refletindo-se na gestão financeira e na relação da entidade com suas marcas patrocinadoras. O número de empresas associadas à Seleção Brasileira e à própria CBF está em queda, algo que a entidade não vê como um problema imediato. Apesar de o cenário de patrocínios estar mudando, a CBF busca reforçar sua estratégia de tornar a Seleção um produto mais premium, apostando na escassez como fator para elevar o valor de mercado.
No momento, a seleção conta com apenas seis patrocinadores principais, número bem abaixo dos 18 registrados em 2022, quando o mandato de Ednaldo Rodrigues começou. A Gol e a Mastercard são exemplos de marcas que deixaram de investir no futebol brasileiro, assim como a Neoenergia, que não renovou com a seleção feminina. Com isso, a CBF parece estar tentando fazer com que cada marca associada à sua imagem tenha mais peso e, consequentemente, maior retorno financeiro.
A estratégia da CBF de priorizar contratos de maior valor, como o renovado acordo com a Nike até 2038, que garante R$ 700 milhões anuais, reflete a tentativa da entidade de compensar a perda de outros patrocinadores. Para o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, o foco agora está em contratos que realmente condigam com os investimentos que a confederação faz para manter a marca da Seleção Brasileira. A renovação com a Nike, aliás, foi uma das maiores já feitas por uma seleção em termos de valores.
Entretanto, para que a CBF consiga turbinar ainda mais seus contratos de patrocínio para a Copa de 2026, a Seleção Brasileira precisará, antes de mais nada, garantir a sua classificação para o torneio. Para isso, a expectativa em torno do desempenho da equipe tem ganhado cada vez mais relevância, com a promessa de que os contratos de patrocínio vão depender, em grande parte, do sucesso nas competições internacionais.
No entanto, a recente polêmica sobre o possível uniforme vermelho para a Copa de 2026 gerou ainda mais tensão. Após rumores sobre a nova camisa, a CBF teve que fazer uma correção em sua versão, esclarecendo que o tradicional uniforme amarelo e azul continuará sendo mantido. A confederação divulgou uma nota oficial corrigindo a informação de que a camisa vermelha seria oficial, afirmando que a nova linha de uniformes será definida em conjunto com a Nike, reforçando seu compromisso com o estatuto da Seleção.
Segundo o UOL Esportes, o cenário de perda de patrocinadores e a troca de uniforme sinalizam que a CBF ainda enfrenta desafios significativos para consolidar sua posição no cenário global, enquanto a busca por um posicionamento mais exclusivo continua. Para a confederação, a escassez de marcas patrocinadoras pode ser vista como um caminho para aumentar o valor de mercado da Seleção, embora isso envolva um risco que será determinado pelo desempenho da equipe nas próximas competições internacionais.
Se por um lado a CBF trabalha para se tornar uma marca mais exclusiva e premium, por outro, o futebol brasileiro continua a atravessar momentos de instabilidade. A perda de patrocínios e o desgaste das relações com marcas estratégicas mostram que a crise financeira no esporte vai além das questões internas da confederação, afetando diretamente a imagem da Seleção Brasileira no mercado.
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