O governo de Donald Trump resolveu mexer o tabuleiro internacional e mandou ao Brasil ninguém menos que David Gamble, chefe do setor de sanções norte-americano. A missão diplomática tem destino certo: Brasília. A agenda de Gamble inclui encontros com autoridades brasileiras, especialmente parlamentares ligados à direita conservadora e, claro, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue sendo uma figura central no tabuleiro político nacional.
Segundo informações pinçadas em diversas fontes da imprensa e redes sociais, o assunto principal da visita seria um possível pacote de sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito das fake news desde 2019 e dos processos que investigam uma suposta tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. A pressão internacional se sustenta em acusações de que Moraes e outros membros do Judiciário estariam abusando do poder ao perseguirem opositores, criminalizando discursos e impondo penas severas a manifestantes desarmados.
Do lado da oposição, há quem diga que o 8 de janeiro foi uma manifestação que perdeu o controle, com quebra-quebra e vandalismo, sim, mas que não se pode jogar todo mundo no mesmo saco com condenações em massa. Já os defensores de Moraes alegam que o STF agiu dentro da legalidade para proteger a democracia de uma tentativa de subversão. O envio de Gamble ao Brasil representa um alerta: o cerco pode estar se fechando e as consequências internacionais podem alcançar até os bastidores da mais alta corte brasileira. A dúvida agora é: até onde vai essa interferência externa e o que ela pode provocar na política brasileira?
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