A oposição no Congresso Nacional resolveu botar pressão nesta segunda-feira (12) e protocolou um pedido para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) pra investigar um rolo sério: fraudes no INSS e descontos indevidos no contracheque de aposentados. Segundo as lideranças, a coisa já passou do limite, e é hora de abrir a caixa-preta desses esquemas que estão lesando quem mais precisa.
Segundo informou a CNN Brasil, o requerimento foi articulado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), e já conseguiu o apoio de 36 senadores e 223 deputados – bem acima do mínimo exigido por lei (27 senadores e 171 deputados). Apesar disso, o pedido ainda não apareceu oficialmente no sistema do Congresso. O que tem pegado é uma movimentação forte do governo, especialmente da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), que anda tentando convencer os parlamentares a tirar o nome do apoio.
Durante uma live, Damares e Coronel Fernanda comemoraram o número de assinaturas. “É muito mais que o necessário pra CPMI ser recebida. Parabéns pelo seu trabalho na Câmara, Coronel Fernanda”, elogiou Damares. Agora, o próximo passo depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que também preside o Congresso. Só que ele tá fora do Brasil, acompanhando o presidente Lula em viagem à China e à Rússia. O retorno dele está previsto para quarta-feira (14).
Pra CPMI sair do papel, o pedido precisa ser lido em sessão conjunta da Câmara e do Senado – a próxima está marcada pro dia 27 de maio. Uma comitiva de parlamentares já tá se organizando pra conversar diretamente com Alcolumbre na próxima semana e pressionar pela instalação da comissão. Mas tem uma pedra no caminho: a proximidade do senador com o Palácio do Planalto, o que pode emperrar o processo.
Além da CPMI, a oposição também está tentando destravar uma CPI na Câmara dos Deputados, liderada pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-ES), pra investigar o mesmo caso. Só que isso também depende da boa vontade do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A jogada agora é tentar cancelar requerimentos antigos de outras CPIs pra dar vez à investigação do INSS.
A peleia só tá começando, e o que não falta é pressão pra que esse escândalo venha à tona. Quem paga o pato, por enquanto, são os aposentados, que seguem levando prejuízo enquanto o Congresso se mexe.
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