Pois é, meus caros, a notícia que pipocou hoje cedo já deixou muita gente com a pulga atrás da orelha, e com razão. A deputada federal Carla Zambelli, figura conhecida do PL paulista, soltou a bomba: está em Portugal e vai pedir para dar um tempo na cadeira lá em Brasília. Diz ela que é para "tratamento médico". Hum, sei. Justo agora, com o cerco da "jutiça" se fechando? É de desconfiar, né? A gente, que não nasceu ontem, já viu esse filme antes.
Segundo informou o UOL Notícias, a parlamentar não está de férias prolongadas por acaso. Em maio, a Primeira Turma do STF meteu uma condenação de 10 anos de cadeia nas costas dela, mais a perda do mandato. O motivo? Invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. E não foi pouca coisa. A acusação, capitaneada pela PGR, diz que ela e o tal hacker Walter Delgatti Neto armaram um esquema para enfiar documentos falsos no sistema do CNJ. Inclusive, um mandado de prisão fajuto contra o próprio ministro Alexandre de Moraes, com direito a deboche: "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L". Capaz, piá! Isso não é brincadeira de criança.
A deputada jura de pé junto que não está "abandonando o país", mas sim "resistindo" e querendo "continuar falando o que quer falar". Convenhamos, resistir tomando um bom vinho do Porto parece mais fácil do que encarar a Justiça por aqui, né? Ela até mencionou que vai se "basear na Europa", já que tem cidadania europeia. Uma mão na roda, sem dúvida. Enquanto isso, o gabinete dela fica com o suplente, e o salário, diz ela, será cortado. Menos mal. A defesa, claro, alega que não havia nada que a impedisse de pegar o avião, mesmo condenada, e que recorreram da sentença, porque, segundo eles, não tiveram acesso a todas as provas. Aquela conversa de sempre pra boi dormir.
O fato é que Zambelli estava com o passaporte na mão, devolvido depois de um confisco anterior pelo ministro Moraes. Fontes lá do Supremo dizem que, a princípio, ela podia viajar. Mas, conhecendo o xerife, Moraes ainda pode dar uma olhada no caso e, quem sabe, mandar buscar a parlamentar por fuga, porém ele não têm jurisprudência na Europa e terá que apelar para o pedido de extradição e resar para os europeus extraditarem. Afinal, "tratamento médico" às vésperas de uma possível execução de pena soa, no mínimo, conveniente. E não podemos esquecer que essa não é a única pendenga dela com a Justiça. Tem ainda o processo por porte ilegal de arma, quando ela saiu correndo atrás de um sujeito em São Paulo, e uma cassação pelo TRE-SP por desinformação, que está pendurada no TSE. Ou seja, as proesas estavam sendo cobradas e chegando de vários lados.
Agora, com a deputada do outro lado do Atlântico e falando em licença, a história da prisão, que já dependia de autorização da Câmara dos Deputados, fica ainda mais enrolada. Ela também já passou as redes sociais para a mãe, que pretende lançar na política, alegando um "cenário de perseguição". Perseguição ou consequência? Não podemos fechar os olhos para as perseguições judiciais no Brasil, mas tentar burlar o sistema judicial, nunca foi uma boa ideia. Fica aí a pergunta no ar. Uma coisa é certa: essa novela ainda vai dar muito pano pra manga, e a gente vai continuar de olho, porque aqui não tem bobo, não.
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