Uma ocorrência de agressão abalou a comunidade escolar de Dionísio Cerqueira na tarde da segunda-feira (02). Por volta das 15h, a Polícia Militar foi chamada de vereda pelo Conselho Tutelar para atender uma situação delicada envolvendo um piá de apenas 7 anos, aluno de uma escola bem no centro da cidade. Quem percebeu que algo estava errado foi a professora do segundo ano, que notou marcas estranhas no corpo do guri. Numa conversa mais reservada, longe dos colegas, o menino acabou contando o que tinha acontecido: mostrou machucados sentidos em uma das mãos e também na perna direita, e disse que tinha sido agredido pela própria mãe, que teria usado um fio de luz para bater nele.
Este triste episódio, segundo informou o Portal Tri/Redes Sociais, serviu para botar mais lenha numa fogueira que já ardia forte nas redes sociais e rodas de conversa por todo o canto: a velha e complicada discussão sobre como se deve criar e educar os filhos. De um lado, tem uma parcela da população que ainda acredita que uma "chinelada bem dada" ou uns "tapas corrigem", e que na família deles sempre foi assim, com vara, cinto, soiteira e tudo mais, e que "ninguém morreu por isso", afirmando que era um jeito de mostrar preocupação e impor limites. Muitos se apegam à ideia de que "apanhei e hoje sou uma pessoa de bem".
Do outro lado dessa peleia de opiniões, um grupo cada vez maior defende com unhas e dentes que bater em criança é coisa de bárbaro, um retrocesso, e que violência só ensina a ser violento. Para essa turma, a conversa aberta, o exemplo dos pais, a paciência e o carinho são as únicas ferramentas que realmente funcionam para formar um cidadão de respeito, que entende o certo e o errado pelo diálogo, não pelo medo da dor. E pra complicar ainda mais esse vespeiro, tem aqueles que buscam na fé um norte, citando o ensinamento bíblico que diz "o pai açoita porque ama", o que acaba gerando interpretações diversas e um debate que parece não ter fim, com cada um defendendo seu ponto de vista com fervor.
Voltando ao caso do piá em Dionísio Cerqueira, a situação ficou ainda mais tensa e preocupante lá na escola. Enquanto os policiais militares registravam a ocorrência, o menino viu a mãe se aproximando do local e, na mesma hora, começou a chorar copiosamente, demonstrando um medo visível que ligou um baita alerta em todo mundo que estava presente. Diante da clara evidência dos machucados e do estado emocional da criança, foi solicitado um exame de corpo de delito, cuja responsabilidade de encaminhamento ficou com o Conselho Tutelar. O órgão, agindo rápido para proteger o guri, também assumiu a guarda provisória dele, garantindo que ele ficasse em segurança. A Polícia Militar realizou buscas pela mãe do menino, mas, até o momento da publicação desta reportagem, não havia informação de que ela havia sido localizada. O caso, como é de praxe em situações assim, está sendo investigado para que tudo seja esclarecido e as devidas providências sejam tomadas.
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