Pensa numa madrugada fria, daquelas com uma neblina que não se enxerga um palmo na frente do nariz, sabe? O vivente, J.H.S.W., vinha faceiro no seu Fox, prata, tocando pela rodovia no sentido Santo Ângelo–Giruá, voltando pra casa. Era o breu total no noroeste do Estado, a estrada um tapete preto e o sono batendo na porta da alma. De repente, ali perto do km 65, no meio da pista, entre uma boate e um centro esportivo em Giruá... PÁ! Um solavanco seco, um barulho de coisa grande batendo na lata. O coração do piá foi na boca e voltou.
Naquela cerração toda, o que você faria? O nosso motorista, com o juízo talvez meio embaçado pela neblina, pensou com seus botões: "Vixe, deve ser uma capivara desgarrada, um cachorro mais afoito querendo atravessar sem olhar". Parar pra quê? No escuro, no meio do nada, capaz de ainda ser assaltado. "Toca o barco!", pensou. E seguiu viagem, com o carro meio amassado e a consciência pesando uma tonelada, mas pelo bicho, coitado. Acontece que, segundo o Grupo Planalto de Comunicação, o tal "animal" era um baita de um B.O. com nome e sobrenome, só que ainda não descobertos.
O sujeito chegou na sua casa, em Giruá, sentindo o alívio de estar no seu rancho, quentinho e seguro. Foi só quando o piá desceu do Fox pra abrir o portão que o queixo dele não só caiu, como abriu um buraco no chão. Olhou pro carro e viu que tinha uma "encomenda" no teto. E não era compra da internet, não. Deitada ali, estava uma guria. Isso mesmo, uma mulher! E pra deixar o causo ainda mais esquisito, a moça estava sem calça e sem as partes de baixo. Uma cena que nem o mais louco dos roteiristas de cinema conseguiria imaginar.
Imagina a cena pro atendente da Brigada: "Moço, pelo amor de Deus, eu acho que trouxe uma pessoa pra casa... sem querer... no teto do meu carro". A polícia de Giruá chegou, o SAMU confirmou o pior e o vivente ali, pálido, tentando explicar o inexplicável. Soprou o bafômetro, deu negativo. Mas na hora do teste oficial, aquele mais chique, ele refugou. Agora, o Fox tá no pátio do Detran e o J.H.S.W. tá com um abacaxi do tamanho do Rio Grande pra descascar, tentando provar que não é Uber, mas que fez a corrida mais trágica e bizarra da história de Giruá.
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