Imagina a cena na pacata Engenheiro Beltrão. Manhã tranquila, o povo tomando seu café com aquele pão com chimia, passarinho cantando, tudo nos trinques. De repente, um alvoroço na delegacia. Faltando um. Sumiu. Desapareceu. "Mas como, vivente?", perguntou o delegado, coçando a cabeça. Acontece que o piá não só se picou da carceragem, como resolveu fazer isso com um estilo que deixaria qualquer filme de ação no chinelo. Ele não fugiu a pé, de rengo-lento, se escondendo no mato. Que nada! O guri foi audacioso.
O vivente, numa tranquilidade de dar inveja, olhou para a viatura da polícia ali, parada, brilhando sob o sol paranaense e pensou: "Ué, já que o transporte tá na mão, por que não?". Segundo Tá Sabendo, ele não apenas meteu a mão na chave do carro oficial, como também pegou "emprestado" uns armamentos pra garantir que a viagem fosse segura. Uma espingarda calibre 12 e uma submetralhadora, pra não fazer feio. Capaz! O sujeito saiu da delegacia motorizado e armado pela própria polícia. É o tipo de história que, se não fosse trágica, seria a melhor piada contada numa roda de chimarrão.
A jornada do nosso anti-herói motorizado, porém, teve um fim. Pelo menos para a viatura. O carro foi encontrado lá pras bandas de Londrina, abandonado como quem larga o pão pela metade. Dentro do veículo, para a surpresa de ninguém, estavam duas carabinas que ele também tinha levado. Talvez o porta-malas estivesse cheio, ou quem sabe ele só levou as armas mais "jeitosas" para continuar a sua turnê. A polícia, claro, tá num baita rebu, com equipes pra tudo que é lado tentando achar o paradeiro do fujão mais criativo do ano.
Enquanto as buscas continuam, o causo já virou lenda. O guri, que antes era só mais um detento, agora é o "piloto de fuga" que usou o sistema contra o próprio sistema. A gente fica aqui imaginando o diálogo: "Chefe, o preso fugiu!". "Pegaram ele?". "Pior, chefe... ele que nos pegou. Pegou a viatura, pra ser mais exato". É de cair os butiá do bolso, não é mesmo? Deusolivre de uma situação dessas, mas que é uma história pra contar pros netos, isso é.
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