A Embraer (EMBR3) emplacou um contrato expressivo com a SkyWest Airlines para o fornecimento de 60 aeronaves da família E-Jets, em um negócio avaliado em US$ 3,6 bilhões. A notícia, que caiu como um golaço para a fabricante brasileira, veio logo depois de a empresa não fechar um contrato bilionário com a LOT Polish Airlines.
Segundo informou a Bloomberg Línea, o acordo com a SkyWest é um pedido firme e será incluído na carteira de encomendas do segundo trimestre da Embraer. Além disso, a parceria estratégica, que já dura uns 40 anos, prevê direitos de compra para mais 50 aviões, reforçando a confiança da companhia aérea americana na qualidade dos E-Jets. A SkyWest, inclusive, é a maior operadora de aeronaves E-Jets da Embraer no mundo, com 263 unidades na frota. Nos States, eles operam junto com a United Airlines, Delta Air Lines, American Airlines e Alaska Airline.
Chip Childs, presidente e CEO da SkyWest, destacou em comunicado que "como a maior proprietária e operadora de E175 em todo o mundo, temos a satisfação de continuar a expandir nossa frota de E175 e de aprimorar nossa presença nos dois segmentos". Ele completou que "este pedido nos permite avançar em nossa estratégia de frota de longo prazo e continuar a entregar o principal produto regional da indústria". Já Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, na mesma nota, ressaltou o entusiasmo em "continuar nossa parceria de longa data com a SkyWest Airlines", sublinhando que "o E175 é a base fundamental da aviação regional na América do Norte e esse pedido reforça a confiança da SkyWest no desempenho, na confiabilidade e no conforto de passageiros de nossas aeronaves".
O anúncio deste baita negócio rolou durante a Paris Air Show, uma das maiores e mais importantes feiras do setor de aviação comercial do planeta. A parceria reforça a posição da Embraer no mercado de aviação regional, um segmento onde os E-Jets são reconhecidos pela performance e conforto.
Na segunda-feira, a Embraer perdeu a chance de fechar um contrato com a principal companhia aérea da Polônia, que já usa aviões da empresa brasileira, além da Boeing. Em vez da Embraer, a LOT Polish Airlines fechou com a francesa Airbus, comprando 40 aeronaves A220, com chance de aumentar para 84 unidades, num negócio de US$ 2,7 bilhões. Esse anúncio teve a presença de autoridades dos dois países europeus, num momento em que o nacionalismo econômico e a união regional tão em alta no mundo, por conta das políticas comerciais de Donald Trump nos Estados Unidos. A Embraer, depois que a LOT fechou com a Airbus, soltou um comunicado dizendo que "entendemos que estamos vivendo em um momento excepcional em que a geopolítica desempenha um papel importante". A fabricante brasileira chegou a mencionar que continuar com a frota Embraer existente da LOT economizaria "milhões de euros" para a companhia polonesa.
No final das contas, o mercado reagiu bem à notícia do contrato com a SkyWest. As ações da Embraer fecharam a quarta-feira com uma alta de 3,99%, chegando a R$ 72,90. Isso é um reflexo do otimismo dos investidores, especialmente considerando que no ano as ações já acumulam cerca de 26% de alta e nos últimos 12 meses, praticamente dobraram.
Mín. 3° Máx. 16°