A ausência do presidente chinês, Xi Jinping, na cúpula do Brics no Rio de Janeiro, marcada para os dias 6 e 7 de julho, tem gerado burburinho e levantado questionamentos sobre a relação entre China e Brasil, especialmente com o presidente Lula. A notícia, comunicada ao Planalto pelo embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao, indica que o primeiro-ministro, Li Qiang, liderará a delegação de Pequim. Caso se confirme, essa será a primeira vez que Xi Jinping falta a uma reunião do Brics, um evento que ganhou ainda mais peso diante da crescente tensão no Oriente Médio.
A especulação em torno da ausência de Xi Jinping é vasta e variada. Há quem diga, nos corredores da diplomacia e da política, que a economia chinesa, embora apresentada como um quadro de sucesso, não estaria tão bem internamente, e que o próprio Partido Comunista Chinês (PCC) teria afastado o presidente do cargo. Outra linha de boato aponta para problemas de saúde, impedindo-o de viajar. Contudo, em meio a essas teorias que beiram o "chapéu de alumínio", a verdade é que a opacidade da informação vinda da China alimenta essas cogitações. A falta de transparência sobre os reais motivos da ausência de Xi Jinping deixa um vácuo preenchido por diversas hipóteses, e a incerteza sobre sua participação no Brics é, por ora, a única certeza.
Ainda que as razões exatas para a ausência de Xi Jinping permaneçam no campo da especulação, o fato é que a sua não participação na cúpula pode ter desdobramentos importantes para as dinâmicas do Brics e para a percepção da influência chinesa no bloco. A presença do primeiro-ministro chinês demonstra um comprometimento do país com o grupo, mas a ausência do líder máximo pode ser interpretada de diferentes maneiras. A reunião, que já seria crucial por conta da conjuntura internacional, ganha um novo elemento de análise com essa mudança na representação chinesa. O cenário incerto convida a uma observação atenta dos próximos passos e das declarações que virão da cúpula no Rio.
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