O embate sobre o aumento do IOF na Câmara dos Deputados ganhou novos contornos nesta semana, com o presidente Hugo Motta rebatendo as acusações de que estaria agindo em prol da oposição ou enviando um recado ao Executivo. Segundo Motta, a pauta do projeto que visa derrubar o aumento do imposto reflete a inviabilidade de reverter a provável derrota do governo na matéria. O texto deve ser votado na Câmara hoje e, por solicitação do presidente da Casa, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também deve colocá-lo em votação ainda esta semana.
A narrativa governista de que o aumento de impostos recai sobre os mais ricos tem encontrado resistência na população. Após o episódio da "taxa das blusinhas", onde a promessa de taxar empresários e estrangeiros resultou em quase 100% de imposto para o consumidor final em compras internacionais, a percepção de que qualquer aumento tributário acaba penalizando o povo mais simples se fortaleceu. Afinal, a lógica empresarial de repassar custos ao consumidor final é clara: impostos maiores significam preços mais altos para quem compra.
A aproximação das eleições de 2026 tem levado os políticos a um posicionamento mais cauteloso em relação ao aumento de impostos. A impopularidade dessas medidas, aliada à percepção de que a narrativa governamental não está mais "colando", pode dificultar a reeleição de muitos parlamentares. A oposição, por sua vez, reforça a tese de que o Brasil já ostenta uma das maiores cargas tributárias mundial, com arrecadação de "primeiro mundo" e serviços de "quinto". O discurso da o oposição aponta para um suposto descontrole nos gastos governamentais e a necessidade de manter uma vasta base de apoio, o que estaria levando o governo a buscar desesperadamente novas fontes de arrecadação.
A "peleia" política está acirrada, e a população se vê no meio do fogo cruzado das diferentes narrativas, tentando discernir o que é mais justo e vantajoso em meio a um cenário de incertezas econômicas e políticas.
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