A Força Aérea Brasileira (FAB) enfrenta um cenário de restrições orçamentárias que tem impactado diretamente a disponibilidade de sua frota de jatos, essenciais para o deslocamento de autoridades federais. De uma dezena de aeronaves à disposição, a maioria permanece em solo, um reflexo nítido dos cortes de verba que afetam o abastecimento e a manutenção. Essa situação não só compromete a agilidade nas agendas governamentais, mas também expõe a vulnerabilidade de setores vitais diante da contenção de despesas, gerando preocupação sobre a operacionalidade de serviços estratégicos.
Segundo Mônica Bergamo/Folha de São Paulo, a penúria financeira das Forças Armadas em 2025 já força ministros do governo a encararem a dura realidade das filas em aeroportos pelo país. Sem recursos adequados, a FAB encontra dificuldades para manter os aviões que transportam as autoridades em pleno funcionamento. A falta de verba se estende para a manutenção, um componente crucial para a segurança e a longevidade das aeronaves. Esse quadro revela a dimensão do desafio imposto pelos ajustes fiscais, que reverberam até mesmo nos deslocamentos de quem está no comando do país.
Ainda conforme o apurado, do total de jatos, apenas três operam de forma contínua, enquanto os outros sete permanecem parados na maior parte do tempo. Ministros que não figuram no topo da lista de prioridades para o uso dos voos têm sentido o peso dessa limitação, resultando em chateação e, por vezes, reclamações. A legislação que regulamenta o uso das aeronaves estabelece uma hierarquia de prioridade, com ministros-chave e presidentes de poderes na dianteira. Contudo, para os demais, a espera por uma aeronave disponível tem se tornado cada vez mais demorada, um obstáculo significativo na execução de suas atividades.
O Ministério da Defesa foi um dos mais afetados pelos cortes promovidos pelo governo com o intuito de ajustar as contas, sofrendo uma redução de R$ 2,6 bilhões. Questionada, a FAB confirmou que as restrições orçamentárias impactam não somente o reabastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção da frota. A Força Aérea detalhou que esses efeitos incluem limitações na aquisição de lubrificantes, peças de reposição e na realização de reparos em motores, o que, em última instância, compromete a plena disponibilidade dos meios e traz dificuldades para o cumprimento de sua missão.
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