Tem sido cada vez mais comum nos jogos da NBA os treinadores se utilizarem de uma estratégia bastante controversa: o chamado "hack-a-player". Trata-se de um rodízio de faltas intencionais em jogadores com baixo aproveitamento da linha de lance livre, geralmente, pivôs. Uma tática que pode estar com os dias contatos. O comissário da liga americana de basquete, Adam Silver, admitiu, nesta sexta-feira, em entrevista ao jornal USA Today Sports, que pode haver uma mudança nas regras para evitar esse tipo de jogadas a partir da próxima temporada.
- Eu estou cada vez mais inclinado para que façamos algum tipo de mudança nas regras na próxima intertemporada. Mesmo sem querermos fazer essa mudança, estamos sendo forçados a essa posição por conta dos sofisticado entendimento dos técnicos de que podem usar qualquer tática disponível para eles. Essa não é, definitivamente, a maneira que queremos ver o jogo sendo jogado - disse Silver.
Estratégia antiga, o "hack-a-player" começou a ficar bastante famoso durante a década de 1990, quando os treinadores começaram a usar a estratégia com frequência para tentar frear o domínio de Shaquille O'Neal no garrafão. No último ano, esse tipo de tática voltou a ficar em evidência com os treinadores recorrendo às faltas intencionais contra o pivô do Los Angeles Clippers, DeAndre Jordan, que tem um dos piores aproveitamentos da linha de lance livre da liga. Nos playoffs, quando os Clippers enfrentaram o Houston Rockets, o técnico Doc Rivers decidiu se vingar e passou a usar também da estratégia, principalmente, contra o pivô Dwight Howard.
Este ano, o uso do "hack-a-player" continuou frequente contra Jordan e Howard. E ganhou uma outra vítima. Em grande temporada, o pivô Andre Drummond, do Detroit Pistons, passou a sofrer com as faltas intencionais e vem se mostrando um desastre da linha de lance livre. Dono do quarto pior aproveitamento da temporada, com apenas 35,1% dos lances livres convertidos, ele chegou a quebrar um recorde negativo da NBA contra os Rockets, no dia 21 de janeiro, quando sofreu 21 faltas intencionais e perdeu 23 lances livres em 36 cobrados.
Antes do início da atual temporada, o "hack-a-player" chegou a ser bastante bastante discutido. No entanto, na ocasião, Adam Silver descartou qualquer mudança nas regras, alegando seguir a linha de pensamento dos especialistas que acham que os jogadores precisam melhorar seu aproveitamento no lance livre para poder conter o uso da tática controversa. No entanto, com o aumento do uso da tática nesta temporada e as muitas reclamações, principalmente de torcedores, vem fazendo o comissário mudar de ideia.
- Conforme viajo ao redor da liga, ouço aquela escola de pensamento de que "os jogadores precisam converter seus lances livres". Porém, no fim, somos também uma propriedade de entretenimento e fica claro quando você está na arena e os torcedores ficam olhando para mim, balançando os ombros e com aquele olhar de quem diz: "você não vai fazer nada em relação a isso?" - completou Silver ao USA Today.