O Brasil vai assinar nesta quarta-feira (21) um acordo de livre comércio com o Chile.
É no Palácio de La Moneda, a sede do governo chileno, que o acordo será assinado. A iniciativa partiu do presidente do Chile. As negociações foram concluídas em menos de cinco meses.
Com o Mercosul e acordos que o bloco foi fechando com países vizinhos nas últimas décadas, o Ministério das Relações Exteriores diz que a partir de janeiro de 2019, a América do Sul será praticamente uma área de livre comércio, sem a cobrança de impostos de importação de boa parte dos produtos. A exceção são as Guianas e o Suriname.
O acordo costurado com o Chile é mais abrangente. As tarifas entre os dois países já estão zeradas desde 2014. Agora serão eliminadas outras barreiras. A ideia é reduzir a burocracia. O processo de comprovação de origem das mercadorias, que hoje leva cerca de três dias, será digital e deve sair em 30 minutos.
O comércio de frutas e legumes ganha um incentivo. A certificação de produtos orgânicos do Brasil, por exemplo, será reconhecida pelo Chile, e vice-versa. O acordo prevê ainda estímulo ao comércio eletrônico e cooperação no combate à corrupção.
A mudança mais visível para os turistas dos dois países será na área de telefonia. Os brasileiros que viajarem para o Chile não terão que pagar mais caro para fazer ligações ou usar a internet a partir de telefones celulares. O custo será o mesmo da tarifa doméstica. Depois da assinatura, nesta quarta (21), com a presença dos presidentes Michel Temer e Sebastian Piñera, o acordo ainda tem de ser ratificado pelos congressos dos dois países.
O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América Latina e o principal destino dos investimentos chilenos.
O diretor de integração econômica do Itamaraty, Michel Arslanian Neto, diz que a parceria com o Chile reforça o comércio numa região estratégica: “O Brasil exporta mais para a América Latina e o Caribe do que exporta para Estados Unidos e União Europeia. E é um comércio de qualidade. Nós exportamos sobretudo produtos manufaturados que geram mais renda e emprego”.
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