O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ironizou nesta sexta-feira (2) os pedidos de prisão ocorridos na CPI da Covid no Senado. "Acho que tem uma turma ali que não prendeu ninguém e está doida para prender. Não funciona desse jeito", afirmou.
Nesta quinta-feira (1º), durante a sessão da comissão parlamentar de inquérito, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a prisão do depoente Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou ter recebido proposta de propina do ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em negociação por 400 milhões de doses vacinas da Astrazeneca/Oxford.
Alessandro, porém, também é policial civil e considerou que o empresário deu falso testemunho aos senadores, ao reproduzir áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF) sugerindo que o parlamentar também estaria envolvido em esquemas de corrupção na compra de vacinas. Na semana passada, Miranda e seu irmão denunciaram o líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (MDB-PE), e servidores do Ministério da Saúde por suposto superfaturamento no contrato da vacina Covaxin. Barros e o governo negam as acusações.
Antes do pedido de prisão do vendedor de vacinas, o ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, também foi alvo da mesma estratégia na comissão. Na ocasião, em maio, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se irritou com o depoente acusando-o de mentir no depoimento.
Em ambos os casos, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) negou os pedidos. Cabe a ele determinar à Polícia Legislativa do Senado que prenda convocados e investigados durante os depoimentos.
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